Normalmente
associamos exploração e tráfico humano apenas aos países em vias de
desenvolvimento, porém, existem casos destas práticas no mundo desenvolvido.
Na
América, muitos latino-americanos entram clandestinos nos EUA em busca de
melhores condições de vida. Nos últimos 150 anos, o mundo evoluiu mais do que
durante toda a história. É possível produzir muito mais alimento, em menor
tempo. O milho é um excelente exemplo disso, quando o milho é o alimento mais
produzido nos EUA, isto permite baixar o seu preço, e baixar também o preço da
carne, alimentando os animais com esta ração de milho barato. Os agricultores
mais rudimentares sul-americanos, que plantavam milho, não conseguem agora vendê-lo,
pois o milho vindo dos EUA tem preços mais competitivos. Assim, para garantirem
sustento, estas pessoas, agricultores em países menos desenvolvidos, entraram
clandestinamente em países mais desenvolvidos, não para trabalharem no ramo da agricultura, porque esta é extremamente mecanizada nestas zonas, mas para se sustentarem muitas vezes submetendo-se a qualquer trabalho. Neste caso, nos EUA, estas
pessoas estão agora a trabalhar no setor fabril. E estes mesmos trabalhadores
contribuíram também para que o preço da carne baixasse, pois trabalham em más
condições e com remunerações miseráveis. Algumas empresas começaram a recrutar
ativamente trabalhadores mexicanos anunciando nos jornais e na rádio. Empresas
de autocarros, começaram a fazer viagens do México para os EUA. Porém, apesar
de esta aparente onda de recrutamento, as emigrações estão limitadas e existe
agora um movimento anti-imigração. Polícias de emigração prendem trabalhadores
de gigantes norte americanas como a Tyson ou a Smithfield. O mais controverso
desta história é que existe um contrato entre estas empresas e a polícia de
emigração, que estabelece que só podem prender até 15 trabalhadores
clandestinos por dia, não afetando dessa forma as linhas de produção. Os gerentes
destas empresas que deveriam ser penalizados segundo a lei por terem contratado
trabalhadores ilegais, na verdade não o são, nada lhes acontece. Estas práticas
são uma clara violação dos direitos humanos e dos direitos dos trabalhadores…
Os
EUA adotaram este sistema fabril em várias áreas, entre elas, a restauração de
comida rápida, os famosos “Fast Food” pondo os trabalhadores a fazer a mesma
tarefa vezes sem conta, assim era fácil de serem substituídos e podiam reduzir
os seus salários e direitos enquanto trabalhadores. Este sistema é tão eficaz
que a multinacional McDonald’s, que começou com este sistema, ainda é hoje
líder mundial.