Já existe em muitos
hipermercados uma coisa que está a mudar a forma como fazemos compras. São as
chamadas caixas self-service onde é o próprio cliente que registas os seus
produtos. Desde logo uma lufada de ar fresco no nome, self-service, um
estrangeirismo já mais conhecido do que o meu conterrâneo take-away. Sobre
estas máquinas, muito pode ser dito. Como principais vantagens são apontadas a
proximidade que se estabelece entre o cliente e a marca e a privacidade, e
alguma confiança também, que é dada ao cliente. Claro que é compensador chegar
à caixa e não haver nenhum funcionário. Apesar de não parecer, um funcionário é
uma pessoa com personalidade e nem todos os que “têm sempre razão”, estão dispostos a levar com
ela. Cada vez nos damos melhor com as máquinas. O cliente sente-se tão adulto,
como uma criança que acaba de deixar as rodinhas da bicicleta. Por outro lado,
não haver funcionário na caixa deixa também o cliente mais calmo com possíveis
risinhos que surjam por parte do funcionário devido à compra de um ou de outro produto.
Como é bom puder passar livremente os códigos de barras sem nenhuma incomoda
supervisão. Para além de uma maior proximidade com a marca, o cliente aproveita para
se divertir. “Afinal isto até é giro!”, pensam alguns encantados com aquilo,
como se estivessem na Kidzania.
Mas nem tudo são
benefícios e também aqui são apontados alguns pontos fracos, entre eles, o
golpe das grandes superfícies para reduzir os custos com pessoal. Claro que é
tentador pensar nas despesas a menos usando o cliente como funcionário. Contudo,
não consigo ver mais desvantagens do que vantagens nestas máquinas. Ainda está
longe de ser uma realidade em todos os hipermercados e ocupa apenas uma pequena
porção do total de caixas. Mas, estamos numa altura em que alguns empregos já
não fazem grande sentido existirem. Temo que este venha a ser um deles.
A pergunta que se impõem
é, será que nos devemos preocupar quando pessoas passam a fazer o trabalho de
máquinas que até então era feito por outras pessoas? Continuo sem resposta.