A Declaração Universal dos
Direitos do Homem foi criada com o objetivo de melhorar as relações entre os
povos e definir princípios básicos para a convivência humana. É fundamental
pensar na importância deste documento, uma vez que seria esperado que estes valores
fossem respeitados independentemente de estarem escritos ou não.
Hoje em dia a sociedade na qual
estamos inseridos favorece o respeito entre todos, a tolerância e a
fraternidade. Nem sempre foram estes os valores mais importantes estabelecidos
pelos povos ao longo da história, na verdade, os direitos humanos tal como os
conhecemos, são muito recentes e, infelizmente, frágeis. O simples facto de
olharmos com estranheza para uma pessoa de uma religião diferente da nossa pode
ser visto como uma longa herança do período inquisitorial. Ou, quando quase
impercetívelmente fazemos notar um discurso sexista, estamos ainda a recordar a
democracia da Grécia antiga – muito pouco democrática – que preservou alguns
dos seus valores durante séculos e até aos nossos dias.
A declaração foi uma resposta urgente
a uma das épocas mais negras da história mundial, o genocídio contra milhares e
milhares de pessoas durante a segunda guerra mundial.
Após sessenta e dois anos da
Declaração, os direitos humanos continuam a não ser respeitados na sua
plenitude.
Segundo Ricardo Araújo Pereira,
numa das suas crónicas para a revista Visão,
todas as democracias apresentam falhas. Para se noticiar que, a democracia
portuguesa tem falhas, significa que essas falhas começam a ser significativas.
Ora, o mesmo se aplica aos Direitos Humanos. Todos os países onde estes são
respeitados, eles acabam por ser, irremediavelmente desrespeitados. Nos que são
desrespeitados podemos apenas ter uma ideia do que por lá se passa.
A fraternidade infelizmente
parece um valor sazonal. Atinge a época alta no Natal e o resto do ano anda
pior do que a empregabilidade no Algarve durante os meses de inverno. Ora, valores
como a fraternidade devem estar presentes no nosso dia-a-dia sem darmos sequer
conta disso.
A meu ver, a Europa deixa-nos
confusos sobre alguns dos valores que defende. Num dia é capaz de eleger
Conchita Wurst como a vencedora da Eurovisão por aquilo que simboliza. 15 dias
depois, uma quase mesma Europa vota nas eleições europeias em partidos nada
favoráveis a figuras como a da mulher barbuda.
Para concluir, podemos afirmar
que, não deveria ser preciso existir a Declaração Universal dos Direitos
Humanos para que o conceito de fraternidade fosse uma máxima a respeitar. Cada
um de nós deve ser um embaixador dos direitos humanos, respeitando-os e
enaltecendo-os.