O Eurofestival

A representante escolhida pela Áustria para a Eurovisão deste ano já tem dado que falar pela sua aparência, digamos, invulgar. De seu nome Conchita Wurst, a Drag Queen faz lembrar as famosas mulheres com barba do circo, o que não é de todo improvável, uma vez que há décadas que o festival da Eurovisão virou palhaçada. Este ano Portugal leva um número de tambores giríssimo. O que, também ajuda a fortalecer a minha teoria que diz o seguinte, aquilo que se prolonga demasiado no tempo, tende a tornar-se um ambiente de circo. É verdade que ainda não passa de uma teoria, mas, prevejo que possa vir a ser mais do que isso. Ora, como era de esperar, certos grupos de alguns países europeus já reagiram à escolha e reivindicaram na tentativa de banir a apresentação da austríaca. Um desses grupos é o All-Russian Parent Meeting. Segundo esse grupo, a representante da Áustria no festival promove um estilo de vida impraticável para os russos. Tenho de vos ser sincero, nisto dos estilos de vida, estou com eles. Vejamos os exemplos, da última vez que alguém com barba rija e cabelo comprido promoveu um estilo de vida diferente, deu merda. Era um tal de Jesus Cristo o nazareno. Conchita pediu "tolerância e respeito" neste 59º festival Eurovisão da canção depois de ao invés dos pães, ver as críticas multiplicarem-se. O All-Russian Parent Meeting acusa ainda a competição por promover o movimento gay. Neste aspeto a história repete-se. Se é certo que, todos os anos surgem tentativas de afastar algumas entradas da competição, é mais certo ainda que o festival se tornou há anos um ícone gay, mais ainda até do que o próprio vaticano por exemplo. País que, embora admitido a concurso por pertencer à EBU, nunca participou, certamente que não foi por falta de talento. Outros países como a Armênia e a Bielorussia também se manifestaram contra o visual de Conchita. Visto que no ano passado a Turquia recusou-se a transmitir o certame por causa de um beijo lésbico, não admira que algo semelhante aconteça também este ano.  
Se, nos anos 60 e 70, Portugal procurava levar músicas interventivas para mostrar à Europa a censura que existia no país, hoje, o festival serve sobretudo para nos mostrar a censura que existe na Europa. Não mudou muito, pois não?