Avaliação de Professores

O que pode ser dito sobre uma prova que testa os conhecimentos dos professores. Não chega obviamente. Os professores avaliam os alunos. Os professores são avaliados por avaliadores. Quem avalia os avaliadores dos professores? E quem avalia os avaliadores dos avaliadores dos professores? E quem avalia… ok, vocês perceberam! Como estudante não me considero um estudante, nem mesmo um funcionário público, mas antes um pensionista, visto que o Estado lamenta constantemente os gastos avultados com a educação. E esta será mais uma medida com o objetivo de empurrar alguns professores para o desemprego com uma justificação (mais ou menos) credível. E sim, disse mais ou menos. É claro que não é com provas escritas que se avaliam as competências de um docente. Onde estão as provas físicas para avaliar a destreza de um professor? Felizmente ultimamente não se tem ouvido falar em casos de agressões a professores por parte de alunos. Todavia é algo que deve ser salvaguardado e tido em conta. Se houvesse uma prova de destreza física, para avaliar a resistência e força dos docentes, provavelmente não haveria quem quisesse brincar ao "jogo das cadeiras" com eles! Mas não é apenas nesta medida que esta prova está incompleta. Para mim, uma das coisas que conta realmente para que um professor seja um excelente profissional, é a família. É verdade. Número de irmãos, filhos, tios, sobrinhos, deveriam ser fatores decisivos na avaliação. A verdade é que é muito importante o conhecimento por experiências vividas, mais do que conteúdos programados e apenas matéria com pouco conteúdo prático. O que esperar de um professor filho único? As suas experiências de vida passarão apenas por querer ter um irmão mas os pais insistirem permanentemente que ele é mais feliz assim! Por mais vivências que tenha tido, será certamente uma pessoa mais insegura do que as outras. Será bom para os estudantes este tipo de docentes à frente da sua aprendizagem? Estamos numa altura em que como há muitos docentes, eles têm de ser selecionados de alguma forma. Uma licenciatura na área já foi suficiente em tempos, hoje não o é! Estive a analisar a prova comum e a última pergunta é acerca de uma frase proferida por António Nóvoa em que se lê, “A escola de hoje é infinitamente melhor do que a escola de ontem. É mais aberta, mais inteligente, mais sensível à diferença. Mas não chega.” Obviamente estava enquadrado num texto em que, certamente se podia ler a seguir, …Mas não chega. É preciso por os professores à prova. Vamos tornar a escola ainda mais aberta, na entrada, mas sobretudo na saída.

Uma Árvore de Natal

O natal é de facto uma época que, de entre outras coisas menos importantes, serve para nos encherem a caixa de correio do telemóvel com mensagens de feliz natal. Chego a receber algumas que não faço a mínima ideia de quem sejam. Mas é também tempo de pensarmos acerca daquilo que fizemos durante o ano e os aspetos a melhorar no próximo. Sobretudo, é uma época de reflexão acerca das nossas atitudes. Sendo o natal uma época para refletir sobre o resto do ano, está em falta uma época para refletir sobre o natal. Uma cuidadosa análise comportamental sobre esta época. Esta semana fiz a árvore de natal, ou pinheiro de natal se quiserem… É um momento de convívio e alegria onde colocamos fitas, luzes, bolas coloridas, estrelas brilhantes e algumas outras coisas até que a árvore seja apenas o suporte de toda aquela tralha, uma espécie de cabide. Mas decorar um pinheiro é quase tão estúpido como vestir um cachorro. Ora, eu não visto o meu cão, porque é que hei de vestir uma planta, ainda que artificial? Todos esses acessórios fazem da árvore de natal, a drag queen do reino vegetal. Título merecido. E não acho que esteja a exagerar. Uma planta que faz inveja à Lady Gaga, não merece menor distinção. A conclusão a tirar de tudo isto é obviamente nenhuma. Mas ainda assim esforcei-me para que fosse esta, o natal é uma época de fraternidade, esperança e depois desta análise acho que podemos dizer que, de um pouco de transformismo também.

Salada no Caracol

Situações desagradáveis relacionadas com comida, de uma forma ou de outra, todos nós já passamos por uma. Aprender a relativizar a situação é importante para não se chatear demasiado. A típica situação da mosca na sopa nunca me aconteceu, mas se acontecesse passaria por ela com toda a dignidade de cliente insatisfeito. De facto, a sopa tem sido o prato genérico para este tipo de situações, e a mosca o animal escolhido como repugnante e nojento. Um pouco de variedade seria ótimo, porque não uma canja com uma traça ou um caldo com uma barata? Apelativo sem dúvida. Mas neste aspeto a queixa é relativa, se por um lado podemos ter um caracol na salada, por outro, podemos ter uma salada no caracol. A grande lição a reter daqui penso que seja a seguinte, quando você se queixa “Olhe, tem um caracol no meu prato” há alguém que no mesmo instante tem dignidade suficiente para se queixar “Olhe, tem um caracol no meu prato, só?”. Sou um apreciador de caracóis assim como de salada, mas nesta coisa das queixas não se pode assumir uma posição! Se é para relativizar o problema que o façamos com responsabilidade e com consciência de que estamos perante casos sérios. Isto é de facto um dilema principalmente quando apreciamos canja de galinha que se serve com partes do corpo do Galiforme. Bem, continuem a queixar-se do caracol na salada enquanto deglutem uma perna de galinha, ali com a unhaca a olhar para nós. Lição final de toda esta cornucópia, pense 2 vezes da próxima vez que se queixar da sua mosca na sopa, há pessoas que adorariam usufruir desse snack.

Idade em Meses

É frequente nos primeiros meses da paternidade, os pais definirem a idade do filho(a) em meses, - 14 meses, 18 meses - o que faz todo o sentido. A questão é, a partir de quando se deve começar a contar a idade em anos e não em meses? Ou melhor se é que isso alguma vez deve acontecer. Eu no fundo sou um bebê de 203 meses, os meus pais é que teimam em dizer que tenho 16 anos, vai-se lá saber porquê... De facto a ideia de contar a idade em anos é ridícula. Não é por acaso que a idade nos primeiros conjuntos de 12 meses (não quero usar essa palavra de novo) é contada em meses. O crescimento do mesmo justifica essa separação mais cuidada. Todavia na puberdade, - fase que novamente exige uma separação da contagem mais cuidada - não há qualquer tipo de tratamento que se assemelhe sequer ao que é dado aos bebês. Isto de facto deixa-me revoltado! É acima de tudo importante resolver a questão inicial o quanto antes. Afinal, a partir de quando se deve começar a contar a idade em anos e não em meses? Esta questão, viria a resolver o problema das mães e pais que não sabem se o seu(sua) filho(a) já tem idade suficiente para ter 1 ano e 7 meses ou se ainda tem 19 meses. Aparentemente é a mesma coisa, mas é mais complexo do que parece. Ao que vejo, a maioria opta, por nesta fase de transição, usar as duas formas, o que a meu ver é totalmente errado e pode até provocar atrasos no desenvolvimento cognitivo da criança.

Rating de Amigos

Nos últimos tempos temos ouvido falar bastante em agências de notação financeira, agências de rating e principalmente nas classificações que são atribuídas a Portugal nesta matéria, que, incrivelmente conseguem ser piores do que as obtidas anualmente no festival Eurovisão da canção! Basicamente estas agências classificam os países conforme a sua capacidade de pagar uma dívida, isto em casos de empréstimo. Nesta linha de pensamento, podíamos muito bem cotar situações da nossa vida e mesmo do nosso dia-a-dia. Afinal, porque tem de ficar limitado ao risco financeiro e a outras coisas chatas esta coisa do rating? Eu gostava de chegar ao pé de um amigo e dizer-lhe “Olha pah, nós éramos bons amigos mas de uns tempos para cá tem-se vindo a complicar, de maneiras que vou baixar o teu rating de “bom amigo” para “conhecido”.” Infelizmente não posso fazê-lo sem que achem ridículo e inoportuno, mas que gostava, gostava. Aos que dizem “Querias, já não queres!”, ninguém lhes diz nada, mas àqueles que querem apenas cotar um bocadinho, caí-lhes o mundo em cima. O mesmo também é válido nesta situação “Nós já nos conhecemos muito tempo, por isso está na altura de te subir o rating de “amigo chegado” para “melhor amigo”.”. E mesmo cotar o nosso dia, ao final de alguns meses, poder-se-ia olhar para o calendário e assinalar os picos de dias classificados com nota máxima. A nossa vida começaria a ter de facto outro sentido. Afinal de contas o Butão trocou o Produto Interno Bruto, PIB pela Felicidade Interna Bruta, FIB, nós como povo dos descobrimentos e de conquistas, faríamos história em trocar Notação Financeira por Notação Satisfatória, - ou outro nome pomposo que lhe queiram dar - diga-se que não deve andar muito alta por estes dias. Para terminar, só quero dizer que vou subir o rating em uma posição, a todas as pessoas que leram este artigo.

Falta de Informação no Mundo do Futebol

No jogo de futebol Benfica - Sporting deste sábado, os canais de televisão fizeram várias reportagens sobre o dérbi. Antes do jogo, repórteres acompanharam o descanso horas antes do início da partida, assim como a saída das duas equipas até ao estádio da luz, local que recebeu o encontro. Repórteres acompanharam este acontecimento mediático, junto ao estádio da luz, onde ouviram os adeptos que iam chegando. O jogo passou em canal aberto. A análise ao jogo fez-se, claro está, no final da partida. Ouviram-se os treinadores de ambas as equipas e os jogadores. Um canal de televisão fez questão de acompanhar o treinador português que treinou uma equipa iraniana enquanto este assistia ao jogo, deixando a sua apreciação no final. Acompanhou-se os adeptos e os momentos de conflitualidade assim como o habitual alerta da PSP acerca do perímetro de segurança. De facto este jogo abriu todos os noticiários este fim-de-semana. Após tudo isto, e mesmo sabendo eu que na maioria dos jogos, a cobertura é sensivelmente a mesma, só se pode concluir uma coisa, a comunicação social está se a borrifar para o desporto em Portugal, e em particular para o Futebol! Afinal, houve também uma reportagem sobre um adepto que se escapou para o relvado que não demorou mais de 5 minutos. Não se promoveu um debate nacional sobre o encontro, o que desde já me deixa descontentíssimo com a Fátima Campos Ferreira por não o ter feito até ao momento. Reportagens aos adeptos na final da partida e mesmo do dia seguinte, nada! Não houve nada disso! Em suma, a maioria dos canais de televisão que não são canais dedicados ao futebol, - já agora, deveriam haver mais destes últimos - não transmitiram rigorosamente nada acerca deste jogo! Na MTV passou gala dos European Music Awards, no Odisseia vários documentários, infelizmente nenhum com esta temática. E nem mesmo o História se debruçou sobre o Benfica-Sporting mesmo depois de Jorge Jesus ter afirmado que este jogo ficaria na história dos dois clubes. Contudo ainda espero que algo do género vá para o ar, isto não pode de jeito nenhum ficar só por aqui!
Concluindo, como referi em cima, este jogo teve sensivelmente a mesma cobertura que muitos outros, mas basta, desta vez tive que intervir e deixar a minha indignação. Qualquer dia estamos todos a procurar no Google os próprios resultados dos jogos, não podemos permitir esta falta de informação! 

Conto Infantil Terrível

Uma reflexão sobre as histórias que nos contavam quando éramos pequenos pode levarmos a repensar o quão fascinante alguns contos podem ser! Começando com um clássico, com um conto que talvez já tenha sido mais adaptado a outras situações do que contado na versão original. E isto de ler um conto sem alterar um ponto é muito relativo, e como quero provar, a própria perceção da história muda com a idade do leitor ou ouvinte... Às vezes nem é a história que muda, somos nos mesmos. A história da carochinha, um conto de infância que mais se assemelha a uma novela mexicana. Conta a história de um inseto, provavelmente da família dos besouros, chamada Carochinha, que varria a casa quando encontra uma moeda. Arranja-se e põem-se à janela, à procura de um possível noivo. Passou o cão, o porco, o galo, o gato, o burro e finalmente o João Ratão. A carochinha apaixonou-se por este último. No dia do casamento o João Ratão esqueceu-se das luvas em casa e quando as foi buscar não resistiu, e quando ia para cheirar ou provar a comida, caiu ao caldeirão. A carochinha quando regressou a casa viu o seu noivo cozido e desatou a chorar. É assim, a história muito resumida da carochinha. Outras historia como a "Lebre e a Tartaruga", "A Cigarra e a Formiga" ou "O Pinóquio" têm uma lição de compreensão quase instantânea, enquanto que o conto da Carochinha e do João Ratão é um tanto mais abstrato e pode até ter mensagens omitidas. Será que pretendia passar a ideia de que quem tem uma moeda pode escolher o seu cônjuge? Será a de que a noiva nem sempre é a última a chegar para o casamento? Será simplesmente a de que varrer a casa pode mudar a vida de alguém? Ou será a de que não se deve meter o nariz onde não se é chamado, como aconteceu ao João Ratão? Ou até a de que se pode ficar viúvo mesmo antes de casar? Mas mesmo que até nem seja nenhuma destas, não havia necessidade de uma história de infância acabar desta forma. O que faz deste um dos poucos contos que tem um final trágico. É que nem mesmo na história do "Lobo mau e os sete carneirinhos", em que eles enchem a barriga do lobo com pedras, consegue acabar mal porque tem um final minimamente feliz apesar da terrível operação por que o lobo tem de passar! Já agora fica aqui o apelo para deixarem de usar (quase) sempre o lobo como o mau da história. Aproveitem outros animais que à partida parecem inofensivos, afinal o carácter é que conta! Fica também a sugestão para uma introspeção às histórias de nos contavam quando éramos mais pequenos e que lições podem ser tiradas delas...

Jogos de Tabuleiro

Jogos de tabuleiro, uma das coisas que, intemporalmente cativa pessoas de todas as gerações. É impossível não gostar de um ou de outro, visto que existe uma pluralidade de jogos com os mais diversos objetivos, mas todos com o intuito de divertir, de proporcionar um tempo bem passado entre amigos ou em família. Por muita tecnologia que se invente, esses jogos vão ter sempre lugar de destaque para mim. Começo com um que provavelmente é o mais famoso jogo de tabuleiro do mundo, falo, claro está, do Monopoly. Este jogo que para além de ser muito bem constituído com todos os percalços e êxitos do mundo dos negócios, associa também a sorte dos dados e é um dos jogos que despende mais tempo. Chegávamos a deixar o tabuleiro, repousado e exatamente com a mesma “desordem”, para continuar a partida no dia seguinte. E mesmo esta poderia ainda se prolongar por mais um ou dois dias, tudo para que o jogo fosse levado avante com todo o ritual a que o obriga. Cada partida é levada com muita seriedade. É um jogo que exige paciência de facto. E quando cada jogador começa a constituir o seu matrimónio de baldios, casas, companhias da luz etc.., aí começa o verdadeiro espírito de negociações. Cada um tentando fazer o melhor negócio, como se da vida real se tratasse. Mas, com esta disputa e individualidade este poderá não ser o jogo preferido daqueles que preferem o trabalho de equipa e habilidades artísticas. Então, outro jogo que promove estas duas vertentes é o Pictonary. Esse mítico jogo em que todos pintam. E como amante de rabiscos, este é um jogo que adoro! Consiste em desenhar para a nossa equipa, - que poderá ter vários membros - e depois é só fazer figas para que eles percebam o que estamos a tentar representar. As categorias são excelentes porque permitem uma diversidade incrível de temas, que vai desde animais e objetos, figuras publicas até mesmo – na categoria dita como difícil - representar uma ação como por exemplo “Plantar uma árvore”. E, uma das coisas que gosto realmente neste jogo, embora seja possível com praticamente todos, é que podemos reinventar as regras sem que assim se perca a diversão e entretenimento. Imagina que em vez de desenhar as palavras predefinidas nas categorias, desenhava-se, por exemplo, amigos dos participantes, escolhidos por alguém da equipa oposta. Seria divertido ver como cada um - independente das suas habilidades de desenho - desenhava um amigo. Soltaria naturalmente algumas gargalhadas aos jogadores! Por último, o Trivial Pursuit, outro género, este tenta testar o conhecimento e cultura geral dos jogadores, e claro, se possível, fazer com que aprendam umas coisitas novas. Todos conhecem este jogo, o famoso jogo em que o objetivo é ser o primeiro a adquirir um “queijinho” de cada cor. “Queijinho” não é o termo correto, ou melhor científico, para algo que poderíamos chamar de fichas ou algo assim. A verdade é que se assemelha a uma fatia de queijo e isso é indiscutível! Está tão enraizado na cultura tradicional deste jogo que, se alguém se atrever a chamar-lhe outra coisa, sinto-me à vontade para o agredir. Tal como no anterior, este também está dividindo em categorias de perguntas que se distinguem pelas cores. “Pergunta para queijinho”, dizem-nos para que estejamos especialmente atentos para a pergunta. E mais uma vez alia também o conhecimento com a sorte, uma vez que só umas casas específicas dão direito a “queijinho”. Com tantas sugestões só falta mesmo é por em prática!

Do dia-a-dia

Faz parte da vida citadina que levamos, mas, andar de elevador com desconhecidos ainda é uma experiência desconfortável para a maioria de nós. Porquê? Porque é que aquele tempo minimal se assemelha mais a horas de espera?! Quando em conversa, a situação é curiosa, suspende-se temporariamente esse diálogo se o elevador parar para alguém entrar. Um simples comprimento e segue-se. Não se fala durante o resto do eterno percurso. A conversa pode depois ser retomada, de novo, com toda a normalidade. Como que se as 4 paredes do elevador fossem a nossa casa e não queiramos de maneira nenhuma que uma pessoa ouça pontas soltas de uma conversa. E como que de um olhar a avisar “Vão entrar pessoas, comporta-te”.
Outra coisa que me incomoda um bocado são as “portas puxe e empurre”. É incrível como de todas as vezes que vou para abrir uma, me esqueço do significado dessas palavras e troco os dois conceitos. Naquele pequeno tempo que tenho para por em ordem esses conceitos, tento apenas não errar numa chance que será de 50%, ao que parece que confundo e acabo por trocar 95% das vezes. Mas isso nem é o pior, o pior é que “portas puxe e empurre” são quase todas aquelas que usamos, e nem por isso é-lhes colocada essa etiqueta! Esta tentativa de facilitar a vida às pessoas, - com uma boa intenção, não digo que não – foi mal sucedida, está na hora de admitir o fracasso!
Por último, mas não menos ridículo, são aquelas tampas de rua que são mal colocadas e desfiguram assim a simetria dos paralelos! Para quem gosta de caminhar na rua sobre uma faixa de paralelos escuros, ou saltando alternadamente entre uma e outra, tem aqui um problema de facto e o dia fica logo estragado! E dá que pensar que a última pessoa a colocar a tampa no lugar, não teve o cuidado de verificar a sua posição. Se a tampa for redonda, existem inúmeras formas para a colocar, mas no caso de ser quadrada, são apenas 4. Em todo o caso, não parece difícil pois não?! Fica aqui o apelo, para que mais nenhum padrão seja desfigurado por causa destas tampas!

NS de Fátima no Vaticano

A imagem da nossa senhora de Fátima está no vaticano, como devem já ter sabido, a senhora foi marcar presença nas jornadas marianas e regressa este domingo a casa. Esta não é a primeira vez que a NS faz esta deslocação, na verdade já a fez doze vezes no passado. Mas acerca desta mesma deslocação em particular, achei piada à forte segurança no transporte da mesma e à cobertura televisiva, tudo por causa de uma figura de barro, - e, quando a mesma chegaria ao vaticano junto de qualquer outra mercadoria e em perfeitas condições. Será que foi em executivo? Eu não arriscava... Mas, a data marca também uma grande peregrinação de fiéis a Fátima, e para desfeita de muitos, a NS está para fora.

Mas apesar de tudo, acho bem uma senhora no vaticano, talvez quem sabe, seja um passo para a revogação da ordenação das mulheres como sacerdotes. É sempre mais uma figura feminina naquela que é, ainda, uma igreja profundamente machista, - mesmo sendo esta apenas um boneco.

Filas de Concertos

Filas de concertos, talvez já tenhas sido apanhado numa ou noutra quase sem dares por isso, neste aglomerado de gente que, tal como tu, procura o melhor lugar para assistir ao espetáculo. Eu confesso, o maior tempo de espera a que já me sujeitei foi de cerca de 8 horas e acho que mais do que isso seria abuso. Mas todo este tempo de espera está longe de ser aborrecido, não é... e no final talvez até saiba a pouco. Afinal de contas estás num lugar cheio de pessoas que partilham dos mesmos gostos que tu - musicais pelo menos. Entre conversas, jogos, mais conversa, risos, conversa, uma música ou outra, mais conversa, o tempo passa num instante! E outra coisa relacionado com isto é o tipo de concerto, e quem já tenha estado em ambos sabe disso, o público de um concerto de festival é bastante diferente de um público num concerto de tour. A sintonia que existe neste último é inigualável a qualquer outro. Voltando às filas. Voltando ao tempo a que alguém está disposto a passar junto a um recinto pelo seu ídolo. Eu diria que muito. O suficiente para se instalarem por dias, ao relento, com sol ou chuva, fazendo o possível para se aguentarem nas melhores condições sem o conforto de casa. Li recentemente que fãs brasileiros de Justin Bieber esperam desde à duas semanas, sensivelmente por um concerto que só se irá realizar dia 3 de Novembro. Para efeitos de desatualização, estes fãs contam ficar cerca de 40 dias à espera do seu ídolo, acampando junto ao recinto onde o concerto se vai realizar, a fim de ficarem nas primeiras filas, mais perto do palco. Serão 40 dias, equivalente a 960 horas, 57600 minutos! Porém, o ministério público do Rio de Janeiro e da vara da infância e juventude, proibiram que menores - que serão certamente a maior parcela de fãs - de permanecessem a aguardar na fila durante este período. Entre as causas estarão as más condições a que estes jovens se sujeitam enquanto acampam amontoadamente numa longa fila. Eu só diria que, provavelmente estas pessoas gostam mais de acampar do que de música propriamente dita! Mas de resto, nada contra, o que for preciso para passar uma boa hora e meia de concerto!

Requisitar um Livro

Se estás aqui talvez gostes de ler. Podes não ter uma grande paixão pelos livros, mas acredito que aprecias uma boa história! E por isso vou falar de uma coisa que está presente na vida de qualquer estudante, e não só! Não é que seja uma coisa rotineira, mas de certeza que já passaste por este momento algumas vezes! Falo, de requisitar um livro na biblioteca. Um ato aparentemente banal, mas que pode ter muito por onde explorar e esmiuçar. Uma coisa curiosa no aluguer de material bibliotecário, para o caso - livros, é que o tempo que te dão para o leres parece estimado naquele momento. Quem nunca teve essa sensação? Parece não obedecer a um limite estipulado para todos, mas antes a uma avaliação rápida sobre o tempo que uma pessoa deverá necessitar para o ler! Uma análise ao calendário escolar, ao tipo de livro, ano de escolaridade… todo e qualquer fator parece interferir na estimativa - “Ora bem, romance, 1,82m, 236 páginas, 12º ano, 2 irmãos… É capaz de levar uns 12 dias a ler!”. E lá colocam os 12 dias como limite de entrega. E para nós será uma grande derrota interior ver que o tempo não foi o suficiente e apercebemo-nos que temos de voltar, de cabisbaixo, para pedir mais tempo. E o bibliotecário deve anotar aprimoradamente o tempo que demoraste, para ter isso em conta, em próximas aquisições. E aí contará, claro, para o teu “rácio” aumentando-o ou diminuindo-o. Ou seja, - o sistema deve funcionar mais ou menos assim - de acordo com os dias médios que demoras a ler um livro, e tendo em conta as páginas, etc… fazem a estimativa para futuros alugueres! Isto parece ridículo, mas a verdade é que o bibliotecário tem em conta o que costumas ler, quanto tempo demoras, sabe mais de nós através dos livros do que possamos imaginar! E também quem nunca ouviu o comentário “lê-se bem o livro!”. Estabelece-se uma amizade momentâneo em torno do livro, quase como uma relação de simbiose! Trocam-se algumas impressões na hora da entrega – gostou, não gostou… - e passam de novo a conhecidos!

Despertar

Querem saber qual é o problema de definir uma música como som de despertador? Quase sempre escolho para despertar uma música de que goste, que seja uma música positiva e que me faça sentir bem-disposto, afinal o dia está a começar e convém que assim seja! Mas desde já começo mal, poderia muito bem escolher uma música que detestasse para me levantar o mais rápido possível e não ter de a ouvir por muito tempo! O problema, e falo por experiência própria, é que sempre que coloco uma música como despertador, nunca mais a ouço da mesma maneira, é inevitável. Aqueles primeiros segundos, principalmente, passam a suar muito estranhos! Passam a suar mal! Porque é que isto acontece? Não faço ideia, nem sei se existem estudos nesse sentido. O que parece mais lógico é que sendo aquela música que nos arranca do sono de novo para a realidade, é normal que durante um tempo não a olhemos com bons olhos, - ou, melhor, não a ouçamos com bons ouvidos. Mas, acho que deva ser mais do que isso, algo que deva ser estudado até. Ora bem, depois de um tempo a “estragar” músicas, decidi parar. Afinal, se é só para acordar, porque não escolher apenas uma única música? Será que estes 2 ou 3 minutos do nosso quotidiano merecem uma música nova todas as semanas? Hum… Esta não é difícil! Se o objetivo é acordar bem-disposto, acho que isso não vai variar muito de acordo com a frequência de novas músicas logo pela manhã. Acordo sempre com relativa boa disposição. Por isso, agora a minha música de despertar é sempre a mesma, aconselho-vos a fazerem o mesmo…

Mais Evolução

Na sequência da anterior crónica sobre as futuras alterações, e claro, propicias melhorias da espécie humana, resolvi trazer mais pequenas coisas que terão, mais tarde ou mais cedo, de ser corrigidas. A primeira delas são os chatos soluços, sim, é uma ação reflexa e involuntária, mas terão de ser reformulados a fim de se arranjar uma alternativa menos incómoda. Afinal, não precisamos de "sofrer" por capricho do diafragma. Outra das coisas que precisa de um urgente upgrade são os nossos joelhos. Sim, é verdade. Eles ainda são vulneráveis e mal preparado para a carga que têm de suportar. Estudos sugerem que o joelho humano ainda não está totalmente adaptado ao ser humano bípede que conhecemos. É necessário melhorar isto o quanto antes, afinal, já não andamos com quatro patas à uns milhares de anos! Por último, existem sempre no nosso quotidiano situações em que cada minutos é tempo crucial para se ter sucesso! Mas estes certamente serão dos mais importantes, trata-se dos dez minutos que demoramos a perceber se estamos ou não saciados às refeições. É de facto também um aspecto a ser melhorado na nossa evolução próxima! Afinal seria muito mais prático e saudável, apercebermo-nos dessa satisfação um ou no máximo dois minutos depois a fim de evitar comer excessivamente... Muitos são os aspectos a serem melhorados, mas, melhorando alguns aspectos estaremos a expor outros, impossível será ter o protótipo ideal de um ser humano de acordo com a sua época!

Soluções para Autárquicas

Como devem saber, as autárquicas de setembro não terão cobertura televisiva como era habitual até agora. A questão é que é impossível conceder tempo de antena a todas as santas candidaturas. E como não estão disponíveis os meios para todos, não há nada para ninguém. - parece quase uma pirraça das televisões. E para quem não sabe, piçarra significa fazer de propósito para provocar. Até aqui tudo certinho. Agora, há sempre aquelas 2 ou 3 pessoas que gostam de acompanhar as idas aos mercados, as beijocas das peixeiras aos candidatos/as, os abraços forçados a tudo o que é reformado. Todos esses momentos fazem das autárquicas, um verdadeiro reality show, e as pessoas sentem falta disso. Não se faz. Bem, nesse seguimento gostaria aqui de deixar algumas soluções para que essa cobertura fosse assegurada. Em primeiro lugar, acho que se deveria juntar ainda mais freguesias. O ideal seria que o país ficasse com cinco, seis freguesias no máximo! Seria mais que suficiente. Mas, se acha esta primeira opção drástica, uma alternativa seria negociar um meio-termo, se há muitas candidaturas e um pouco tempo de antena destinado a elas, é simples, divide-se o tempo de igual modo para todos, assim ninguém fica de fora e todos têm o seu momentinho nos canais abertos. Pelos meus cálculos daria cerca de 24 segundos e meio a cada candidato. Estava feito. Se ainda assim acha que é pouco tempo, a solução que encontro seria acelerar o motivo do vídeo para que o resultado final esteja dentro no tempo cedido. Isto poderia confundir os eleitores pensando que era as notas finais de uma publicidade -“medicamento não sujeito a receita médica. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consultar o seu médico ou farmacêutico”- Isto afinal não faz assim tanto sentido, o melhor mesmo é acabar com isso de fazer o acompanhamento as autárquicas. É melhor é.

Alunos por Turma

Como deve ser do vosso conhecimento, os cortes no ensino já se fazem sentir. Uma das alternativas é dispensar professores, aumentando assim o número de alunos por turma. Agora qual o limite de cada professor para garantir a qualidade de ensino? Bem, segundo um estudo realizado por mim, sim, eu analiso as coisas, segundo esse estudo, cada professor pode ter até 67 alunos por turma. É verdade. Só a partir desse número é que se começa a notar falhas de aprendizagem etc, eu próprio o pude comprovar. Agora como adaptar as salas de aulas para todos estes alunos? Eu pensei em tudo e por isso deixo uma ideia daquilo que poderá vir a ser a sala de aula dos próximos tempos. Em primeiro, as mesas passarão a ter o feitio de cama beliche, ou seja com dois andares, dobro do tamanho na vertical, dobro dos alunos, a mesma área de superfície. Com as escadinhas para subir e tudo isso, tendo como principio base o conforto dos alunos na sala de aula. Parece-me uma excelente ideia. "Quem fica na parte de cima?" - Acho que é a única dúvida que surge neste caso. Os professores passarão a falar com megafone. Com mais alunos na sala é normal que a comunicação seja dificultada, não será de todo prejudicial para a aprendizagem dos mesmos, de maneira alguma. Coloca-se ainda colunas em zonas periféricas da sala e continua-se a lecionar em alto e bom som. Aqui poderia também incluir uma sessão de discos pedidos às sextas-feiras à tarde para desanuviar. Não parece um sistema de ensino cativante? Por último propunha um sistema de senhas assim como a ida ao talho. Os professores passarão a não conseguir responder a todos os alunos que tenham o dedo no ar. Seriam colocadas à porta de cada sala de aula e os alunos destacavam a sua aquando da hora de entrada. Teriam a sua vez para tirar uma dúvida com o professor. Para além da maior organização, seria uma medida pedagógica na medida em que ensinaria os alunos a esperar pela sua vez e a respeitar quem está à sua frente. Com tantas vantagens não percebo o porquê do receio e, uma vez mais, da preocupação quanto à qualidade de ensino. 

Para quem não percebeu que está crónica é de um grande sarcasmo e uma forte crítica ao sistema de ensino, esta crónica é de um grande sarcasmo e uma forte crítica ao sistema de ensino.

Objetos Reformados


Provavelmente já viram algumas salas decoradas com "objetos reformados", relacionados muitas vezes com a vida campestre, antes da mecanização chegar. Arados, machados, serras, rodas soltas, peneiras... Não só estes, mas também candeeiros a gasóleo, ferros de engomar a carvão, caldeiras a lenha, teares... Todas estas velharias estão a decorar as paredes, salas de uma ou outra casa perto de si, e a fazer muito bem o seu trabalho dando-lhes um óptimo aspecto rústico! Agora, coloco uma questão, quando os objetos que atualmente usamos para estas e outras tarefas tiverem um substituto fiável e mais eficaz, também estes passarão de úteis a "objetos reformados"? Será este o fim dos nossos equipamentos fugindo um pouco ao ponto electrão, etc..? Pudemos até já colocar candeeiros a lâmpadas convencionais como decoração, e, no futuro colocar ferros de engomar eléctricos, microondas e maquinas de costura... Estou a ridicularizar toda esta situação, pois acho que este é um caso em que não podemos olhar para o passado e presente para antecipar o futuro... E se há coisa que eu gosto de fazer é reinventar o que ainda está para ser inventado.

Maior Engarrafamento

O maior engarrafamento de trânsito do mundo aconteceu em Beijing-Tibet Expressway na China em Agosto de 2010. A fila de carros estendeu-se por cerca de 100 km. Algumas pessoas demoraram a até 12 dias para saírem de lá... Mais uma vez, China detentora deste recorde impressionante! Não sei se está no Guiness World Records ou não, fica sob consulta, porque de facto é algo de deixar um marco. Mas, durante estes 12 dias, o que é que as pessoas fizeram? Isto é tempo de sobra, acho que já houve licenciaturas menos demoradas na lusófona. Quer dizer, queixamo-nos por estarmos 3 minutos parados numa fila de trânsito ao qual chamamos "engarrafamento" e achamos uma eternidade. Se o nosso panorama de trânsito pode ser chamado engarrafamento, não encontro a palavra para esta mesma situação na China. Mas eles provavelmente ligaram para casa a avisar, - "Estou, vou chegar atrasado para o jantar. Dentro de quinze dias devo chegar a casa. Deixa no microondas que eu quando chegar aqueço! Beijinhos". Mas para passar o tempo, há sempre umas cartas no porta-luvas. Não sei é se alguém estaria para jogar daquele lugar. Uma coisa é certa, acredito que aquelas pessoas tenham recordações do tempo que ali passaram, por mais que sejam as más recordações ainda se vão rir ao contar aos seus futuros netos, - "no meu tempo não havia carros voadores a hidrogénio como há agora. Tinha de ir de carro que só dava 200 km por hora no máximo, e era se queria ir a algum lado, chegávamos a demorar 2 horas no trânsito, mas uma vez eu e a tua avó estivemos 12 dias numa autoestrada! Os miúdos de hoje em dia não sabem o que é isso! Bons tempos!" - isto em 2053...

Adoção Inesperada

Dialogo entre casal sobre uma adoção que não veio nada a calhar.


(Ana) "- Amor, tenho uma coisa pra te contar. Senta-te aqui vá"
(Paulo) "- Mas o que é que se passa?... - sentando-se no sofá - Estás me a deixar preocupado!"
(Ana) "- Eu... eu adotei uma criança"
Fez-se silencio
(Paulo) "- Tu o quê? - leva as mãos à cabeça - E quando estavas a pensar em contar-me?"
(Ana) "- Eu não sabia. - quase chorando - Tomei todas as precauções, sabes disso.
(Paulo) "- Como isso foi acontecer?"
(Ana) "- Eu já te disse que não sei, uma assistente social entrou aqui em casa e deixou a criança. - pausa - Chama-se Vasco."
Silencio novamente
(Paulo) "O melhor é casar-mo-nos e eu assumir a paternidade."
(Ana) "Qual paternidade!?... É adoção singular!"
(Paulo) "Então essa criança não é minha?"
(Ana) "Desculpa. Eu ia te contar!" - de cabis baixo 
(Paulo) "Eu não estou a acreditar! - esfrega as mãos na cara enquanto dá voltas na sala - Como foste capaz de fazer isso comigo? Como?... "
(Ana) "Desculpa! - em lágrimas - Podes sempre pedir a coadoção mais tarde!"
(Paulo) "Não. Tu arruinastes a nossa relação! - gritando - Tu arruinastes tudo o que construímos juntos! Como foste capaz?"
(Ana) "Tu sabe que eu queria ter um filho! Isso sempre foi um sonho meu!"
(Paulo) "E agora já pode ser! Mãe a tempo inteiro. Espero que estejas preparada para o rotulo de "mãe solteira". Tu sabes, as pessoas falam!"
(Ana) " Eu quero partilhar a paternidade contigo! Eu quero que sejas o pai do meu filho!"
(Paulo) "Não! Não sei se me quero meter num projeto que é tão teu! - fazendo mímica da companheira - Afinal a senhora é que queria ter um filho!"
(Ana) "Não comeces com isso outra vez! O projeto de ter um filho sempre foi dos dois!"
(Paulo) "Sempre foi teu e da tua mãe! Eu ainda não estou pronto pra ser pai, nós falamos isso!"
(Ana) "Eu contei pra minha mãe. Ela foi muito prestável! 
(Paulo) "Disseste pra ela que essa criança é apenas teu filho? Não, é que ela não deve ter gostado de saber que estás a pensar em cuidar da criança sozinha!"
(Ana) "Ela fartou-se de dizer mal de ti. Mas no final disse que gostaria de assumir a paternidade"
(Paulo) "A paternidade? Não, quem vai ser o pai daquela criança sou eu! Eu quero cuidar dessa criança!" 
Pausa 
(Ana) "Não sei como caíste nesta - rindo - então achas que é assim tão fácil adotar uma criança em Portugal? - faz uma pausa e solta uma gargalhada - Esqueceste-te que somos casadas? Vem cá Sónia e para de te comportares como um homem!"
(Sónia) "Agora apanhaste-me! - rindo e chorando - como fui cair nessa outra vez!?"

Viagens Interplanetárias

Estive a pensar em viagens interplanetárias e no quão era giro viajar para outro planeta, sistema, ou até galáxia ou enxame de galáxias! Gostava que esta fosse já uma realidade embora esteja ainda um pouco longe na minha opinião. Ainda agora fizemos chegar um robot a Marte, e, acredita-se que nas próximas décadas será a vez do ser humano. Não do ser humano chegar ao ser humano, - o que muitas vezes é complicadíssimo - mas de um ser humano chegar a Marte. Relacionado com estas viagens está a vida extraterrestre. E é curioso que quando perguntam se "acreditas em vida extraterrestre" - pergunta semelhante a "acreditas em fantasmas" ou "acreditas no pai natal"- e logo de seguida tu respondes um convicto "sim" e eles ficam a pensar que és maluco, demente e que provavelmente te meteram essas ideias na cabeça. Sim, ainda é estranho para muita gente acreditar que não estamos sozinhos no universo. E quando se fala em extraterrestres a ideia que se cria é a daqueles seres verdes ou cinzentos com olhos enormes, de corpo ossudo e dedos finos e reluzentes. Mas na verdade, a única forma de vida extraterrestre até agora estimada é microscópica, como microrganismos. Muito longe do nosso ideal de ser extraterrestre "convencional". Sim, podemos acreditar em vida extraterrestre, não, não precisamos de nos preparar para uma possível invasão... Recentemente li uma notícia com o seguinte título "Europa é o sítio mais propício à existência de vida". Acredito que se partilhasse isto com algumas pessoas, mesmo com uma fotografia ou ilustração da mítica lua de Júpiter, uma parte delas ficaria pensando que se estavam a referir ao velho continente e que a notícia era provavelmente um erro. Ou, se fosse em conversa, pensariam novamente que não sabíamos o que estávamos a dizer! Não admira que muitas vezes os astrónomos não sejam levados tão a sério como mereciam!

Cobra Falante

Estive a pensar nas criações de Deus. Apercebi-me que a obra do Senhor, afinal, não é assim tão boa. "Criador do céu e da terra" e de todas as coisas. A terra atualmente não está assim tão bem, há problemas graves para resolver como o aumento exponencial na população ou a distribuição da riqueza, para não falar em questões ambientais. Quanto ao assunto da população estar a crescer demasiado para o que a Terra é capaz de suportar, Deus poderia dizer que não opera na China e Índia, zonas com crescimento populacional elevado. Ou ainda dizer que à dois mil e tal anos não era nada desta palhaçada. Mas, se não é possível estabelecer contacto com a divindade nessas zonas, isso já não é responsabilidade do Senhor. E outra coisa, se foi mesmo ele que criou as pessoas, podia se ter aprumado e fazer um serviço mais bem feitinho. "Então como é que é? Esta entidade faz-me pessoas destas?" A fazer, que fizesse pessoas sem defeitos. Mas pronto, percebo que isso seria trabalho de mais, daí ter antes condenado esses defeitos na Bíblia. Percebi a jogada e gostei da subtileza, não tanto do tal livro. Ainda uma outra dúvida, não querendo de maneira nenhuma encher a caixa de correio da divindade de questões inoportunas, eles certamente terão muitas solicitações. Mas a questão é a seguinte, sempre me foi mostrado e idealizado as figuras de Adão e Eva como pessoas de raça branca. No início dos tempos esta era a única raça existente na Terra? Estou confuso. E cobras que falam? Bem, se no início só existiam brancos, isso não sei, agora que já existia cannabis, disso não há duvidas... Aquelas folhas que cobriam os órgãos sexuais deles estão agora explicadas! Bom, mas não vale a pena questionar o que está escrito na Bíblia. A Bíblia é provavelmente a coisa mais dogmática que conheço, e mesmo assim continuo a escrevê-la com letra maiúsculo.

Uma Outra História do Milho

Normalmente associamos exploração e tráfico humano apenas aos países em vias de desenvolvimento, porém, existem casos destas práticas no mundo desenvolvido.
Na América, muitos latino-americanos entram clandestinos nos EUA em busca de melhores condições de vida. Nos últimos 150 anos, o mundo evoluiu mais do que durante toda a história. É possível produzir muito mais alimento, em menor tempo. O milho é um excelente exemplo disso, quando o milho é o alimento mais produzido nos EUA, isto permite baixar o seu preço, e baixar também o preço da carne, alimentando os animais com esta ração de milho barato. Os agricultores mais rudimentares sul-americanos, que plantavam milho, não conseguem agora vendê-lo, pois o milho vindo dos EUA tem preços mais competitivos. Assim, para garantirem sustento, estas pessoas, agricultores em países menos desenvolvidos, entraram clandestinamente em países mais desenvolvidos, não para trabalharem no ramo da agricultura, porque esta é extremamente mecanizada nestas zonas, mas para se sustentarem muitas vezes submetendo-se a qualquer trabalho. Neste caso, nos EUA, estas pessoas estão agora a trabalhar no setor fabril. E estes mesmos trabalhadores contribuíram também  para que o preço da carne baixasse, pois trabalham em más condições e com remunerações miseráveis. Algumas empresas começaram a recrutar ativamente trabalhadores mexicanos anunciando nos jornais e na rádio. Empresas de autocarros, começaram a fazer viagens do México para os EUA. Porém, apesar de esta aparente onda de recrutamento, as emigrações estão limitadas e existe agora um movimento anti-imigração. Polícias de emigração prendem trabalhadores de gigantes norte americanas como a Tyson ou a Smithfield. O mais controverso desta história é que existe um contrato entre estas empresas e a polícia de emigração, que estabelece que só podem prender até 15 trabalhadores clandestinos por dia, não afetando dessa forma as linhas de produção. Os gerentes destas empresas que deveriam ser penalizados segundo a lei por terem contratado trabalhadores ilegais, na verdade não o são, nada lhes acontece. Estas práticas são uma clara violação dos direitos humanos e dos direitos dos trabalhadores…

Os EUA adotaram este sistema fabril em várias áreas, entre elas, a restauração de comida rápida, os famosos “Fast Food” pondo os trabalhadores a fazer a mesma tarefa vezes sem conta, assim era fácil de serem substituídos e podiam reduzir os seus salários e direitos enquanto trabalhadores. Este sistema é tão eficaz que a multinacional McDonald’s, que começou com este sistema, ainda é hoje líder mundial. 

Antiquado

Estamos numa era em que se dá passos largos a cada dia. Nomeadamente na era das comunicações móveis que parecem, cada vez mais, controlar todo o mundo. Vamos tornar isto mais informal – não conheço ninguém com mais de 10 anos que não tenha o seu próprio telemóvel. Os telemóveis adquiriram tantas competências que não ligamos ao facto de fazerem chamadas de qualidade ou não. Temos em atenção a qualidade da camara, megapixéis, flash, focagem, a memória de armazenamento, as aplicações, o acesso às redes socias, facebook, twitter, sistema operativo, etc… Ninguém quer saber se um telemóvel faz chamadas ou não, isso é passado, nem sei porque ainda insistem com essa ideia de comunicação. Eu acho que sobreviveria sem essas competências do meu telefone – ao contrário de muita gente. Porque nem sequer aplicações interessantes tenho e não faço quase uso nenhum de mensagens de texto e chamadas. Mentira, eu ainda uso as mensagens e chamadas, mas isto para dizer que atualmente são uma parte insignificante do que um telemóvel é capaz de fazer. E agora ridicularizando o outro lado desta história, a maioria das novas competências adquiridas por estes aparelhos, na verdade, não fazem assim tanto sentido. Hoje consigo desligar a televisão com o meu telemóvel. Por mais útil que possa ser, servirá de forma útil umas 5% das vezes, no restante tempo é apenas uma forma pseudo engraçada de desligar a televisão sem ninguém dar por isso, visto que o comando está pausado e bem quieto. Outra coisa que ainda deixa a desejar num smartphone, é o controlo por voz. Parece-me desnecessário, em primeiro porque a voz feminina ainda é muito mecanizada como se fosse – e é – a de um robô, a falar do outro lado! E depois porque é difícil o telemóvel, que se diz inteligente, perceber o comando. Sai muitas das vezes trocado pelo que é mais eficaz e dá muito menos trabalho fazer tudo manualmente… Isto para dizer que a tecnologia nem sempre funciona como nos comerciais e também para dizer que poderia servir para coisas mais úteis como por exemplo, o já aqui referido anteriormente, Shazam para bolos!

Shazam para Bolos

Em pleno século XXI ainda existe um problema gravíssimo que as pessoas têm de enfrentar. Não, não estou a falar da poluição, também não estou a falar do aquecimento global. Falo sim do problema que é pedir um bolo que tem várias designações diferentes dependendo da zona! Alertado para este problema por uma amiga, vamos lá ver o que pudemos fazer para evitar este problema. Inevitavelmente acontece, não só nos bolos mas também, entre outros, com o café que é chamado habitualmente de cimbalino na região do Porto e bica na região de Lisboa. E mesmo noutras designações como pingo no norte e garoto no sul que são dois termos para uma mesma coisa. Mas, acho que na situação do café não é tão grave porque pode sempre pedir pelo termo mais transversal - “Olhe, era um café!” – que certamente saberão do que se trata e não levarão a mal o não uso do termo regional. Quanto aos bolos é um pouco diferente pois quem está a servir pode mesmo não conhecer o termo e nesse caso terá de ir pelas coordenadas – “Este aqui de chocolate por detrás desse”. Apontando, dando características do bolo – “Este com canela por cima” – tudo vale para chegar à tão merecida recompensa. Por vezes ainda nos dizem o nome do bolo para nos informar, com esperanças que da próxima vez o utilizemos ou qualquer coisa assim. Eu cá acabo inevitavelmente por apontar de todas as vezes, não sei o nome de quase bolo nenhum... Como breve exemplo, o que no norte é chamado Eclair, no sul é chamado Rim de Chocolate. Uma solução seria criarem um dicionário de regionalismos dedicado a esta temática de termos frequentemente usados, e já existem alguns. Outra solução, seria de facto criarem uma aplicação que nos dissesse qual o nome daquele bolinho que estávamos a fotografar tendo em conta também a nossa localização, seria útil sem dúvida! Uma espécie de Shazam para bolos, como disseram e bem! Este é de facto um problema quando vamos viajar, um pequeno problema, ou problema nenhum talvez. Regionalismos são muito curiosos, nunca seria a mesma coisa conhecer uma terra se eles não existissem!

Cenas de Novelas

Uma das coisas mais inevitavelmente ridículas nas novelas são os telefonemas entre personagens. Não, não é o facto de telefonarem, mas sim, a maneira como as conversas se dão. Estas levam um seguimento sempre muito semelhante, transversal a qualquer novela. E o seguimento é o seguinte… Telefonam, a personagem atende, fica estampada com a noticia, seguidamente diz “o quê?” e repete a noticia que lhe acabou de ser dada. É mais ou menos isto que acontece. E claramente se percebe que as personagens de novelas têm o terrível hábito de repetir o que as pessoas do outro lado dizem. Isso não faz sentido, nunca fez. Arranjem uma maneira menos parva de contextualizar os telespectadores. 
Outra coisa que está a aparecer muito é a publicidade feita pelas personagens a um determinado produto com características positivas muito detalhadas. Eis mais um exemplo. É de manhã, as personagens estão a acordar e vão tomar o pequeno-almoço
“Passa-me o leite” “Claro que sim, esta embalagem de interior espelhado constitui uma perfeita barreira contra a entrada de agentes que prejudicam a qualidade do leite e por isso sabe sempre tão bem! Para além disso é de abertura fácil e prática para evitar desperdício!”
Ao que a outra personagem deveria responder “Chega-me a porcaria do leite!!” mas em vez disso, como se não bastasse todo o discurso da outra personagem, responde “Ai é?! Temos de passar a comprar mais destas aqui para casa!”. Bem ainda aguardando por cenas mais próximas da realidade!

No Festival Marés Vivas

Típicos durante estes meses do ano de maior calor, são os festivais de verão! Um pouco por todo o lado, de todas as formas e com amplos géneros musicais! Este ano fui a um que já tinha ido uma vez numa edição anterior em 2009 e voltei a gostar bastante, apesar de achar que ainda precisa de algumas melhorias, falo do Marés Vivas. O maior festival de música a norte de Portugal. Como em qualquer festival que se prese, há sempre marcas a oferecer variadíssimos brindes, ou mesmo os produtos que comercializa como por exemplo a Control que já me ofereceu preservativos no Rock in Rio ou a pasta de dentes oferecida pela Colgate. Ainda assim acho que os melhores brindes são aqueles típicos, os óculos, os chapéus, as perucas, aquelas luzinhas que são espetaculares depois ao cair da noite… tudo isso. Uma constante também nos festivais é o pessoal conhecido que por lá anda, quer a cargo de alguma marca ou empresa ou simplesmente no festival a passearem com passes VIP e a tirar fotografias com toda a gente quase sempre com o mesmo sorriso na cara. O Marés Vivas nem é muito desses festivais, os únicos VIPs que vi, foram os animadores da Rádio Comercial sempre muito simpáticos, não se recusaram a tirar umas fotos nem a dar uns autógrafos, impecáveis. Quando entrei no festival, fui procurar uns amigos que já por lá estavam. Não me lembrava de muito da outra vez que tinha ido aquele festival, mas lembrava-me do corredor estreito que na hora de saída era um caus! Uma das coisas a ser melhorada sem dúvida! Então, encontramo-nos na área da restauração. Tinha comido antes de entrar porque, 1º, não se pode entrar com comida/bebida ou o que quer que alimente para o festival, 2º toda a comida é extremamente cara e seria um assalto a mim próprio ir lá para dentro comer, não queria ter essa despesa completamente desnecessária. Realmente não se trata de um festival de gastronomia por isso acho que esse rigor no que diz respeito à comida é um absurdo visto que se trata - acho eu – de um festival direcionado principalmente para a música. Mas bom, não é que me tenha feito diferença visto que eu já sabia para o que ia, mas de facto é de lamentar obrigarem as pessoas a deitarem ao lixo comida que traziam com elas, - e não, não era uma comida em forma de objeto potencialmente perigoso – principalmente nesta altura, e mesmo em qualquer outra, pois evitar o desperdício devia ser também uma obrigação deste festival, espero que melhore também este aspeto para a próxima! Bem, fomo-nos juntando ao pé do palco grande, onde ia acontecer a verdadeira festa da noite. Não liguei muito ao palco secundário, quando cheguei ao recinto os The Happy Mess já tinham acabado a sua atuação e de facto só ouvi um pouco do concerto da Márcia e nada mais. Sabia que estava a assinar a minha sentença para as próximas horas, pois, uma vez ali era difícil, - e nem eu queria – sair até ao final da ultima atuação da noite, David Guetta. Pouco antes de os Orelha Negra entrarem em palco para fazerem as honras da noite, fui cumprimentar um pessoal com quem já tinha estado em concertos anteriores, que partilhavam gostos musicais semelhantes aos meus, mas que pessoalmente não conhecia. A 1ª atuação não mexeu comigo confesso, ainda estava de dia e não despertou o verdadeiro espirito festivaleiro que há em mim. Uma coisa que encontrei em comum com o tempo de aulas neste festival é que os meus amigos e eu inclusive, gostamos sempre de estar informados sobre todos os horários. Cheguei mesmo a dizer que parecia que estávamos na escola, e que a pergunta “A que horas começam a atuar La Roux?” era bastante semelhante às típicas perguntas de “Qual é a próxima aula?” ou “A que horas toca?”. De facto os horários dos concertos estiveram no top dos assuntos mais falados naquela noite. Finalmente apareceu em palco a La Roux com a música “In For A Kill” para abrir a sua atuação. Não tenho muito a dizer sobre esta atuação, vou antes citar as palavras de uma amiga minha que disse o seguinte: “Ela foi muito dinâmica, mexeu-se muito em palco, eu adorei!”. Este comentário não me deixou espantado vindo de quem veio, mas gostei da forma critica como o fez. Seguiu-se James Morrison que trouxe músicas do seu novo álbum e velhos clássicos, este também me deixou um pouco exausto porque não tocou algumas músicas que esperava mesmo ouvir ali no Cabedelo, fez muita gente sentar-se no pequeno espaço que tinha, embora eu tenha ficado de pé para ouvir e ver tudo até ao final, tocou uma das minhas preferidas no final, a “Wonderful World”. A última atuação da noite era a do David Guetta, pouco depois da 1:30h. E aí o público ficou ao rubro, foi incrível! Não havia como não entrar na festa!

Foi assim o meu dia no Marés Vivas deste ano de 2013, outras marés virão!

Verão ou a Vida Selvagem

Verão, todos amam! Mentira. Se por um lado é uma época de descanso, de bom tempo e harmonia, por outro é tempo de picadas de insetos, de não conseguir dormir à noite por causa do calor, de soar como um porco quando se sai à rua a 40º. Uma das coisas que é muito irritante e chata neste tempo são os mosquitos, tropeteiros e todos esses "helicópteros" do reino animal. Acontece-me estar quase a adormecer e ouvir um zumbido frustrante que me deixa logo alerta, não conseguindo pregar olho nos quinze minutos seguintes. Zumbidos deste género também aparecem em momentos tão oportunos como quando estás a estudar ou a ler um livro, e anda uma mosca tonta ás voltas a tentar procurar saída e tu ali a pedir só um pouco de concentração. Mas se já foste picado por um deste insetos, perguntas-te qual a sua função no ecossistema. Quando se fala de uma abelha, menos mal, ela faz o mel que tão bem apreciamos e para alem disso poliniza as flores, ajuda a espalhar as sementes, tem uma função muito útil, mostra serviço e por isso uma picadinha não pode ser levada a mal, e depois morre à mesma, coitadinha. Mas, se for um mosquito, já não podemos pactuar com isso, o que ele faz é lamentável e não faz nada que nos pareça útil. Afinal qual é a sua função no ecossistema? Pergunta retórica, obviamente devem ter a sua, mas por vezes desejávamos até que não a tivessem, esses pequenos Dráculas. A única função que consigo ver deles é pactuarem com farmacêuticos, para depois termos de ir buscar pomadinha para por na picada. Isso não se faz senhores mosquitos! Mas não só de mosquitos e tropeteiros se fazem as chatices do verão, antes fosse. Há muitas mais! Uma delas tem a ver com os chinelos que usamos frequentemente nesta altura. É muito irritante quando nos levantamos da toalha da praia ou da espreguiçadeira depois de uns bons minutos de papo para o ar e verificamos que os nossos chinelos ficaram a esquentar ao sol durante todo aquele tempo. Calçamos-los e estão muito quentes, é praticamente o mesmo que andar descalço. Aí pensamos, teria sido uma excelente ideia tê-los posto à sombra antes de nos refastelarmos ao sol... Pois é, acontece a todos, é assim o verão, mosquitos, chinelos e biodiversidade.

Ser Canhoto

Canhotos, constituem cerca de 15% da população, e basicamente distinguem-se por a sua mão dominante ser a esquerda. Acho que até aqui toda a gente tem essa noção. Depois  há outra coisa, o hemisfério cerebral mais desenvolvido nos canhotos é o direito, e contrariamente, nos destros é o esquerdo. Sim, a mão dominante está associada ao hemisfério oposto do cérebro. De certeza que conhecem alguns, podem inclusive ser canhotos, e, não há nenhum problema nisso, longe vão os tempos em que se castigavam as crianças, chegando até a prenderem-lhes a mão esquerda, tudo por serem canhotas – muito pedagógico digam lá! Mas é assim mesmo, quando não se consegue explicar o porquê de algumas pessoas serem canhotas e outras destras, parte-se logo para a inferiorização de indivíduos do grupo minoritário, neste caso os canhotos. Felizmente hoje em dia já não é assim!
O que é facto é que um canhoto, - e isso é indiscutível - tem de enfrentar muito mais dificuldades no seu dia-a-dia do que um destro. O mundo ainda não está completamente adaptado para nós... No fundo, um canhoto é meio ambidestro também, por um lado a mão dominante, aquela com que escreve e com que tem mais força, por outro, a tendência forçosa de ter de se adaptar a um mundo destro… Um dos meus maiores problemas é usar utensílios que estão feitos para destros. Uso quase sempre a mão direita mas como não tenho tanta habilidade, acabo por dar uma ajudinha com a mão esquerda. Quando uso uma tesoura, e neste caso obrigatoriamente na mão esquerda, um dos problemas que tenho é como coloca-la porque habitualmente coloco-a ao contrário e depois fico com o dedo lá preso, enfim, uma complicação que não se esperava em cortar um bocado de papel... Abrir uma lata resulta muitas vezes em ficar com a pega na mão. Na escola nunca tive problemas, na carteira ficava habitualmente no lado esquerdo, para não haver aquela guerra desagradável entre braços. Sim, porque sempre me sentei com destros. “Tu és canhoto?”, a pergunta que todos fazem ao verem-nos a escrever, é a ação mais notória diria eu… Alguns achavam estranho, fora do normal pelo que faziam a pergunta fulcral e inteligente, “Como é que consegues escrever com a mão esquerda?” se fosse hoje dava uma resposta elaborada, mas bastava dizer “Da mesma forma que tu escreves com a direita”, ainda assim podia responder ironicamente “Não sei” que, após sucessivas perguntas do mesmo, começava a fazer todo o sentido!


Touradas

Ultimamente tem vindo muito à baila alguns casos sobre Touradas menos nobres. De facto não há nada mais bonito do que ver um touro numa arena a jorrar sangue sendo mal tratado por um prestigiado cavalheiro, algo de aplaudir. É algo que me proporciona um bem-estar e um espetáculo que aprecio imenso, de maneiras que nunca fui a uma tourada e mantenho-me longe delas não vá… De facto estava a ser sarcástico, mas uma coisa é certa, é um assunto delicado e bastante sério. Já enumeras campanhas foram feitas no sentido de sensibilizar as pessoas para o sofrimento e humilhação a que estes animais são submetidos. Porém, para refutar, os apreciadores, usam frequentemente o argumento que touradas fazem parte de uma tradição antiga e que como tal deve ser preservada enquanto parte da cultura. Ora bem, é tão fácil rebater argumentos destes que isto até será chato. Mais uma vez fazendo um pequeno aparte, mas nunca querendo tirar importância a este assunto. Ao longo da história, muitas foram as tradições que se criaram e outras que se perderam, faz parte da evolução, do que conhecemos… Concordo que se deva preservar a cultura, com certeza, é a identidade de cada povo, aquilo que nos diferencia uns dos outros. É por isso que as práticas de tortura da Idade Média já não são usadas e é por isso que se aboliu a escravatura no nosso país. Na altura, claro, poder-se-ia ter discutido o porquê de acabar com elas uma vez que faziam parte do historial cultural da época. No entanto hoje em dia vemos as mesmas, - espero estarem de acordo – como uma atrocidade e até nos envergonhamos de certos rituais praticados pelos nossos antecedentes. Acho que ficou argumentado. Um outro argumento a favor é o que tem de haver compreensão, e se as pessoas que apreciam estas práticas, respeitam as que não apreciam, porque é que as que não apreciam não respeitam as que apreciam? Isto não se trata de respeito, para mim o respeito tem de estar presente seja qual for a discordância entre as pessoas, pelo menos assim deveria ser. Trata-se sim de protestar contra aquilo que acreditamos ser melhor, não quero dizer que o seja. Como breve exemplo, as manifestações anti negros, etc. e com isto quero dizer que os manifestantes nem sempre têm razão nas causas que defendem, mas faz parte da democracia, faz parte numa sociedade que tem liberdade de expressão e total direito de se manifestar… Porém, dizer que as pessoas que se opõem às touradas podiam simplesmente ignorar, é defender o comodismo e de certa forma “puxar a brasa à sua sardinha”. Se mais alguma coisa tiverem a acrescentar, e de facto muito mais poderia ser aqui dito, - mas não pretendo escrever longos e chatos textos que ninguém acaba por ler – deixem nos comentários a nossa opinião acerca deste assunto.

Visitas Inesperadas

Todos nós já nos deparamos com a situação da visita inesperada. Confesso que não me agradam muito. A maior parte das vezes escolhem a altura menos propícia para aparecer, que coincide às alturas em que estou em pijama e sem vontade de fazer nada. Também podem aparecer depois do jantar, acontece muitas vezes. Nos dois casos, há sempre aquele cuidado de verificar rapidamente se está tudo no sítio e minimamente arrumado. Ajeitar o sofá e almofadas, que é obrigatório em novelas e series, mas que eu nunca fiz... E na maioria das vezes explicamos o que estávamos a fazer -"estava aqui a acabar de fazer estes trabalhos para a escola, entra" - não sei bem porque o fazemos, talvez tentar criar ambiente e puxar conversa, assim como explicar o porquê de certas coisas estarem dispostas de uma determinada maneira etc... Uma coisa interessante quando se recebe alguém é que na maioria das vezes eles trazem alguma coisa... quer seja para comer, ou uma espécie de presente. Tudo e qualquer coisa serve como passe de entrada. "Eu trago algo e tu deixas-me entrar". Quase como se fosse uma campanha de solidariedade, bom slogan já agora! Como pessoas simpáticas que somos, iremos desde cedo perguntar se a pessoa deseja comer ou beber alguma coisa. Se a visita tiver trazido algo, nesse caso, serve-se! E, fica sempre bem dizer, "está à vontade", ou mais ainda "está à vontade, é como se estivesses em casa!" Desta ultima tenho um bocado de receio que alguém pegue no comando na televisão e se estenda no sofá - é o que eu faço quando estou à vontade na minha casa! Não que não tenhamos confiança com essa pessoa, caso contrario nem a convidaríamos a entrar, mas por muito que se seja próximo, a nossa casa é a nossa casa e não damos total liberdade aos amigos... Por isso, dizer "à vontade como se estivesses em casa" para mim não passa de uma maneira de ser simpático e descontrair, mostrar simpatia e hospitalidade, e não, conhecer a privacidade do que é cada um na sua própria casa!

Evolução

A evolução humana tem passado por drásticas alterações ao longo dos milhões de anos que nos separam dos macacos. Espero não estar a ser cientificamente incorreto, mas de facto não vou acrescentar mais nada ao que foi a história da Humanidade. Vou sim, e daí este título sugestivo, falar das futuras evoluções que o homem poderá sofrer nos próximos milhares de anos, isto é, se não nos extinguirmos no caminho... De facto, não é um pensamento comum, o que em nós não faz falta? Quais das características humanas poderão ser prejudiciais para a nossa vida? Se nunca tinha refletido acerca disto, acompanhem o raciocínio. Começamos pelas unhas. E adianto desde já que não vejo qualquer utilidade nelas. Poderão vocês dizer que são úteis para descascar alimentos, mas concordemos que temos uma grande quantidade de utensílios ao nosso dispor, e na verdade as unhas nem são necessárias para descascar, acredito que ajudem, mas não são necessárias. Para além disso há outro problema com as unhas. Involuntariamente deixamos acumular algum lixo debaixo delas, é desagradável e pode até ser bastante prejudicial - em casos mais extremos - se arranharmos alguém acidentalmente. As unhas também dão trabalho, o básico, temos de corta-las - cuidados mínimos - e depois todos aqueles cuidados adicionais que algumas pessoas têm. Limar, pintar, remover as peles... todo um leque de entretenimento sempre à mão, literalmente. Algumas encravam, partem, criam micoses. Provocam dor e muito tempo perdido. E agora, ainda veem utilidade nestas pequenas "decorações"?
Relacionado com este tema das unhas, vêm os pelos. Espalhados pelo corpo, longe vão os tempos em que serviam para proteger do frio, ou calor. Muitos acabam colados a uma banda de cera ou vão pelo cano abaixo... Se os assassinam assim em massa, eles não têm qualquer utilidade, corta da lista.
Outra das coisas que o ser humano vai ter de se livrar, - espero eu - é a sua dependência pelas gorduras. Tudo o que seja rico em gordura sabe bem, fazia sentido na pré-história, onde não era certo que tivéssemos alimento regularmente, - isto é, nem todos os dias havia mamute ao almoço - daí a sua importância. Não liguem aos Flintstones. Mas terá esta necessidade uma pessoa comum do século 21? Todos temos necessidade de vez em quando de sentir que comemos bem. Nada contra. Porém acho que a resposta é não.
Tudo isto leva-me a crer que o próximo "upgrade" do ser humano já venha com estas características incluídas - e várias outras não mencionadas. Pelo menos eu gostava que assim fosse, corrigiria alguns bugs da versão atual.

Presentes

Todos nós gostamos de receber presentes, não vale a pena dizer que não. No instante em que nos dão alguma coisa, é acompanhado geralmente de "Parabéns" ou por um mais informal, mas não menos calorento "toma". Cria-se logo uma temática à volta do embrulho, tentamos adivinhar o que será, mexemos, apalpamos como se não fossemos rasgar forçosamente o delicado embrulho instantes depois! Muitas das vezes o saco estraga toda essa adrenalina que é adivinhar o que será o presente, pois vem explícito a loja onde o produto foi adquirido ou a sua marca, e na maioria das vezes, esse apontamento não deixa margens para muitas dúvidas sobre o que quer que o embrulho traga lá dentro. Outra das áreas que devia ser aprofundada acerca desta matéria é a forma como o desembrulhar do presente é feito. Sim, porque não fazemos todos da mesma maneira. Penso que numa coisa estamos de acordo, a maioria de nós não se preocupa nada com o embrulho, de maneiras que rasga o mais a direito possível. Ainda assim há quem goste de guardar ou reutilizar, ou mesmo dar outro fim a esta decoração, pelo que se dão ao minucioso trabalho de abrir o presente sem rasgar o embrulho. Há ainda aqueles que começam a desembrulhar cuidadosamente mas logo  se desmotivam e acabam por desistir. Neste momento eles mesmos podem-se sentir derrotados, no entanto, tenho um argumento a seu favor. Quando te oferecem um presente ficam todos colados em ti esperando a tua reação, pelo que esta alta pressão, leva muitas vezes à loucura de deixar um embrulho completamente "não reutilizável". A primeira impressão costuma ser sempre sincera, é acompanhada geralmente por um "Obrigado" ou por um mais informal, mas não menos calorento "não era preciso nada". Apesar de optarmos por essa forma de agradecimento, na verdade "era preciso"! Logo depois disto e de um curto comentário acerca do presente que tem obrigatoriamente de ser favorável, - caso contrário serás considerado "mal-agradecido" - passamos então a uma fase que eu auto intitulei de "info-útil" que é quando a pessoa que está a oferecer, faz questão de referir que o artigo pode ser facilmente trocado caso o problema seja o tamanho, cor... todo e qualquer aspeto que seja plausível. Caso seja um artigo cuja troca não é possível, normalmente este tempo é ocupado com uma introdução seguido pela explicação da utilidade do mesmo, como se de uma publicidade de televendas se tratasse!