Idade em Meses

É frequente nos primeiros meses da paternidade, os pais definirem a idade do filho(a) em meses, - 14 meses, 18 meses - o que faz todo o sentido. A questão é, a partir de quando se deve começar a contar a idade em anos e não em meses? Ou melhor se é que isso alguma vez deve acontecer. Eu no fundo sou um bebê de 203 meses, os meus pais é que teimam em dizer que tenho 16 anos, vai-se lá saber porquê... De facto a ideia de contar a idade em anos é ridícula. Não é por acaso que a idade nos primeiros conjuntos de 12 meses (não quero usar essa palavra de novo) é contada em meses. O crescimento do mesmo justifica essa separação mais cuidada. Todavia na puberdade, - fase que novamente exige uma separação da contagem mais cuidada - não há qualquer tipo de tratamento que se assemelhe sequer ao que é dado aos bebês. Isto de facto deixa-me revoltado! É acima de tudo importante resolver a questão inicial o quanto antes. Afinal, a partir de quando se deve começar a contar a idade em anos e não em meses? Esta questão, viria a resolver o problema das mães e pais que não sabem se o seu(sua) filho(a) já tem idade suficiente para ter 1 ano e 7 meses ou se ainda tem 19 meses. Aparentemente é a mesma coisa, mas é mais complexo do que parece. Ao que vejo, a maioria opta, por nesta fase de transição, usar as duas formas, o que a meu ver é totalmente errado e pode até provocar atrasos no desenvolvimento cognitivo da criança.

Rating de Amigos

Nos últimos tempos temos ouvido falar bastante em agências de notação financeira, agências de rating e principalmente nas classificações que são atribuídas a Portugal nesta matéria, que, incrivelmente conseguem ser piores do que as obtidas anualmente no festival Eurovisão da canção! Basicamente estas agências classificam os países conforme a sua capacidade de pagar uma dívida, isto em casos de empréstimo. Nesta linha de pensamento, podíamos muito bem cotar situações da nossa vida e mesmo do nosso dia-a-dia. Afinal, porque tem de ficar limitado ao risco financeiro e a outras coisas chatas esta coisa do rating? Eu gostava de chegar ao pé de um amigo e dizer-lhe “Olha pah, nós éramos bons amigos mas de uns tempos para cá tem-se vindo a complicar, de maneiras que vou baixar o teu rating de “bom amigo” para “conhecido”.” Infelizmente não posso fazê-lo sem que achem ridículo e inoportuno, mas que gostava, gostava. Aos que dizem “Querias, já não queres!”, ninguém lhes diz nada, mas àqueles que querem apenas cotar um bocadinho, caí-lhes o mundo em cima. O mesmo também é válido nesta situação “Nós já nos conhecemos muito tempo, por isso está na altura de te subir o rating de “amigo chegado” para “melhor amigo”.”. E mesmo cotar o nosso dia, ao final de alguns meses, poder-se-ia olhar para o calendário e assinalar os picos de dias classificados com nota máxima. A nossa vida começaria a ter de facto outro sentido. Afinal de contas o Butão trocou o Produto Interno Bruto, PIB pela Felicidade Interna Bruta, FIB, nós como povo dos descobrimentos e de conquistas, faríamos história em trocar Notação Financeira por Notação Satisfatória, - ou outro nome pomposo que lhe queiram dar - diga-se que não deve andar muito alta por estes dias. Para terminar, só quero dizer que vou subir o rating em uma posição, a todas as pessoas que leram este artigo.

Falta de Informação no Mundo do Futebol

No jogo de futebol Benfica - Sporting deste sábado, os canais de televisão fizeram várias reportagens sobre o dérbi. Antes do jogo, repórteres acompanharam o descanso horas antes do início da partida, assim como a saída das duas equipas até ao estádio da luz, local que recebeu o encontro. Repórteres acompanharam este acontecimento mediático, junto ao estádio da luz, onde ouviram os adeptos que iam chegando. O jogo passou em canal aberto. A análise ao jogo fez-se, claro está, no final da partida. Ouviram-se os treinadores de ambas as equipas e os jogadores. Um canal de televisão fez questão de acompanhar o treinador português que treinou uma equipa iraniana enquanto este assistia ao jogo, deixando a sua apreciação no final. Acompanhou-se os adeptos e os momentos de conflitualidade assim como o habitual alerta da PSP acerca do perímetro de segurança. De facto este jogo abriu todos os noticiários este fim-de-semana. Após tudo isto, e mesmo sabendo eu que na maioria dos jogos, a cobertura é sensivelmente a mesma, só se pode concluir uma coisa, a comunicação social está se a borrifar para o desporto em Portugal, e em particular para o Futebol! Afinal, houve também uma reportagem sobre um adepto que se escapou para o relvado que não demorou mais de 5 minutos. Não se promoveu um debate nacional sobre o encontro, o que desde já me deixa descontentíssimo com a Fátima Campos Ferreira por não o ter feito até ao momento. Reportagens aos adeptos na final da partida e mesmo do dia seguinte, nada! Não houve nada disso! Em suma, a maioria dos canais de televisão que não são canais dedicados ao futebol, - já agora, deveriam haver mais destes últimos - não transmitiram rigorosamente nada acerca deste jogo! Na MTV passou gala dos European Music Awards, no Odisseia vários documentários, infelizmente nenhum com esta temática. E nem mesmo o História se debruçou sobre o Benfica-Sporting mesmo depois de Jorge Jesus ter afirmado que este jogo ficaria na história dos dois clubes. Contudo ainda espero que algo do género vá para o ar, isto não pode de jeito nenhum ficar só por aqui!
Concluindo, como referi em cima, este jogo teve sensivelmente a mesma cobertura que muitos outros, mas basta, desta vez tive que intervir e deixar a minha indignação. Qualquer dia estamos todos a procurar no Google os próprios resultados dos jogos, não podemos permitir esta falta de informação! 

Conto Infantil Terrível

Uma reflexão sobre as histórias que nos contavam quando éramos pequenos pode levarmos a repensar o quão fascinante alguns contos podem ser! Começando com um clássico, com um conto que talvez já tenha sido mais adaptado a outras situações do que contado na versão original. E isto de ler um conto sem alterar um ponto é muito relativo, e como quero provar, a própria perceção da história muda com a idade do leitor ou ouvinte... Às vezes nem é a história que muda, somos nos mesmos. A história da carochinha, um conto de infância que mais se assemelha a uma novela mexicana. Conta a história de um inseto, provavelmente da família dos besouros, chamada Carochinha, que varria a casa quando encontra uma moeda. Arranja-se e põem-se à janela, à procura de um possível noivo. Passou o cão, o porco, o galo, o gato, o burro e finalmente o João Ratão. A carochinha apaixonou-se por este último. No dia do casamento o João Ratão esqueceu-se das luvas em casa e quando as foi buscar não resistiu, e quando ia para cheirar ou provar a comida, caiu ao caldeirão. A carochinha quando regressou a casa viu o seu noivo cozido e desatou a chorar. É assim, a história muito resumida da carochinha. Outras historia como a "Lebre e a Tartaruga", "A Cigarra e a Formiga" ou "O Pinóquio" têm uma lição de compreensão quase instantânea, enquanto que o conto da Carochinha e do João Ratão é um tanto mais abstrato e pode até ter mensagens omitidas. Será que pretendia passar a ideia de que quem tem uma moeda pode escolher o seu cônjuge? Será a de que a noiva nem sempre é a última a chegar para o casamento? Será simplesmente a de que varrer a casa pode mudar a vida de alguém? Ou será a de que não se deve meter o nariz onde não se é chamado, como aconteceu ao João Ratão? Ou até a de que se pode ficar viúvo mesmo antes de casar? Mas mesmo que até nem seja nenhuma destas, não havia necessidade de uma história de infância acabar desta forma. O que faz deste um dos poucos contos que tem um final trágico. É que nem mesmo na história do "Lobo mau e os sete carneirinhos", em que eles enchem a barriga do lobo com pedras, consegue acabar mal porque tem um final minimamente feliz apesar da terrível operação por que o lobo tem de passar! Já agora fica aqui o apelo para deixarem de usar (quase) sempre o lobo como o mau da história. Aproveitem outros animais que à partida parecem inofensivos, afinal o carácter é que conta! Fica também a sugestão para uma introspeção às histórias de nos contavam quando éramos mais pequenos e que lições podem ser tiradas delas...