Despertar

Querem saber qual é o problema de definir uma música como som de despertador? Quase sempre escolho para despertar uma música de que goste, que seja uma música positiva e que me faça sentir bem-disposto, afinal o dia está a começar e convém que assim seja! Mas desde já começo mal, poderia muito bem escolher uma música que detestasse para me levantar o mais rápido possível e não ter de a ouvir por muito tempo! O problema, e falo por experiência própria, é que sempre que coloco uma música como despertador, nunca mais a ouço da mesma maneira, é inevitável. Aqueles primeiros segundos, principalmente, passam a suar muito estranhos! Passam a suar mal! Porque é que isto acontece? Não faço ideia, nem sei se existem estudos nesse sentido. O que parece mais lógico é que sendo aquela música que nos arranca do sono de novo para a realidade, é normal que durante um tempo não a olhemos com bons olhos, - ou, melhor, não a ouçamos com bons ouvidos. Mas, acho que deva ser mais do que isso, algo que deva ser estudado até. Ora bem, depois de um tempo a “estragar” músicas, decidi parar. Afinal, se é só para acordar, porque não escolher apenas uma única música? Será que estes 2 ou 3 minutos do nosso quotidiano merecem uma música nova todas as semanas? Hum… Esta não é difícil! Se o objetivo é acordar bem-disposto, acho que isso não vai variar muito de acordo com a frequência de novas músicas logo pela manhã. Acordo sempre com relativa boa disposição. Por isso, agora a minha música de despertar é sempre a mesma, aconselho-vos a fazerem o mesmo…

Mais Evolução

Na sequência da anterior crónica sobre as futuras alterações, e claro, propicias melhorias da espécie humana, resolvi trazer mais pequenas coisas que terão, mais tarde ou mais cedo, de ser corrigidas. A primeira delas são os chatos soluços, sim, é uma ação reflexa e involuntária, mas terão de ser reformulados a fim de se arranjar uma alternativa menos incómoda. Afinal, não precisamos de "sofrer" por capricho do diafragma. Outra das coisas que precisa de um urgente upgrade são os nossos joelhos. Sim, é verdade. Eles ainda são vulneráveis e mal preparado para a carga que têm de suportar. Estudos sugerem que o joelho humano ainda não está totalmente adaptado ao ser humano bípede que conhecemos. É necessário melhorar isto o quanto antes, afinal, já não andamos com quatro patas à uns milhares de anos! Por último, existem sempre no nosso quotidiano situações em que cada minutos é tempo crucial para se ter sucesso! Mas estes certamente serão dos mais importantes, trata-se dos dez minutos que demoramos a perceber se estamos ou não saciados às refeições. É de facto também um aspecto a ser melhorado na nossa evolução próxima! Afinal seria muito mais prático e saudável, apercebermo-nos dessa satisfação um ou no máximo dois minutos depois a fim de evitar comer excessivamente... Muitos são os aspectos a serem melhorados, mas, melhorando alguns aspectos estaremos a expor outros, impossível será ter o protótipo ideal de um ser humano de acordo com a sua época!

Soluções para Autárquicas

Como devem saber, as autárquicas de setembro não terão cobertura televisiva como era habitual até agora. A questão é que é impossível conceder tempo de antena a todas as santas candidaturas. E como não estão disponíveis os meios para todos, não há nada para ninguém. - parece quase uma pirraça das televisões. E para quem não sabe, piçarra significa fazer de propósito para provocar. Até aqui tudo certinho. Agora, há sempre aquelas 2 ou 3 pessoas que gostam de acompanhar as idas aos mercados, as beijocas das peixeiras aos candidatos/as, os abraços forçados a tudo o que é reformado. Todos esses momentos fazem das autárquicas, um verdadeiro reality show, e as pessoas sentem falta disso. Não se faz. Bem, nesse seguimento gostaria aqui de deixar algumas soluções para que essa cobertura fosse assegurada. Em primeiro lugar, acho que se deveria juntar ainda mais freguesias. O ideal seria que o país ficasse com cinco, seis freguesias no máximo! Seria mais que suficiente. Mas, se acha esta primeira opção drástica, uma alternativa seria negociar um meio-termo, se há muitas candidaturas e um pouco tempo de antena destinado a elas, é simples, divide-se o tempo de igual modo para todos, assim ninguém fica de fora e todos têm o seu momentinho nos canais abertos. Pelos meus cálculos daria cerca de 24 segundos e meio a cada candidato. Estava feito. Se ainda assim acha que é pouco tempo, a solução que encontro seria acelerar o motivo do vídeo para que o resultado final esteja dentro no tempo cedido. Isto poderia confundir os eleitores pensando que era as notas finais de uma publicidade -“medicamento não sujeito a receita médica. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consultar o seu médico ou farmacêutico”- Isto afinal não faz assim tanto sentido, o melhor mesmo é acabar com isso de fazer o acompanhamento as autárquicas. É melhor é.

Alunos por Turma

Como deve ser do vosso conhecimento, os cortes no ensino já se fazem sentir. Uma das alternativas é dispensar professores, aumentando assim o número de alunos por turma. Agora qual o limite de cada professor para garantir a qualidade de ensino? Bem, segundo um estudo realizado por mim, sim, eu analiso as coisas, segundo esse estudo, cada professor pode ter até 67 alunos por turma. É verdade. Só a partir desse número é que se começa a notar falhas de aprendizagem etc, eu próprio o pude comprovar. Agora como adaptar as salas de aulas para todos estes alunos? Eu pensei em tudo e por isso deixo uma ideia daquilo que poderá vir a ser a sala de aula dos próximos tempos. Em primeiro, as mesas passarão a ter o feitio de cama beliche, ou seja com dois andares, dobro do tamanho na vertical, dobro dos alunos, a mesma área de superfície. Com as escadinhas para subir e tudo isso, tendo como principio base o conforto dos alunos na sala de aula. Parece-me uma excelente ideia. "Quem fica na parte de cima?" - Acho que é a única dúvida que surge neste caso. Os professores passarão a falar com megafone. Com mais alunos na sala é normal que a comunicação seja dificultada, não será de todo prejudicial para a aprendizagem dos mesmos, de maneira alguma. Coloca-se ainda colunas em zonas periféricas da sala e continua-se a lecionar em alto e bom som. Aqui poderia também incluir uma sessão de discos pedidos às sextas-feiras à tarde para desanuviar. Não parece um sistema de ensino cativante? Por último propunha um sistema de senhas assim como a ida ao talho. Os professores passarão a não conseguir responder a todos os alunos que tenham o dedo no ar. Seriam colocadas à porta de cada sala de aula e os alunos destacavam a sua aquando da hora de entrada. Teriam a sua vez para tirar uma dúvida com o professor. Para além da maior organização, seria uma medida pedagógica na medida em que ensinaria os alunos a esperar pela sua vez e a respeitar quem está à sua frente. Com tantas vantagens não percebo o porquê do receio e, uma vez mais, da preocupação quanto à qualidade de ensino. 

Para quem não percebeu que está crónica é de um grande sarcasmo e uma forte crítica ao sistema de ensino, esta crónica é de um grande sarcasmo e uma forte crítica ao sistema de ensino.

Objetos Reformados


Provavelmente já viram algumas salas decoradas com "objetos reformados", relacionados muitas vezes com a vida campestre, antes da mecanização chegar. Arados, machados, serras, rodas soltas, peneiras... Não só estes, mas também candeeiros a gasóleo, ferros de engomar a carvão, caldeiras a lenha, teares... Todas estas velharias estão a decorar as paredes, salas de uma ou outra casa perto de si, e a fazer muito bem o seu trabalho dando-lhes um óptimo aspecto rústico! Agora, coloco uma questão, quando os objetos que atualmente usamos para estas e outras tarefas tiverem um substituto fiável e mais eficaz, também estes passarão de úteis a "objetos reformados"? Será este o fim dos nossos equipamentos fugindo um pouco ao ponto electrão, etc..? Pudemos até já colocar candeeiros a lâmpadas convencionais como decoração, e, no futuro colocar ferros de engomar eléctricos, microondas e maquinas de costura... Estou a ridicularizar toda esta situação, pois acho que este é um caso em que não podemos olhar para o passado e presente para antecipar o futuro... E se há coisa que eu gosto de fazer é reinventar o que ainda está para ser inventado.

Maior Engarrafamento

O maior engarrafamento de trânsito do mundo aconteceu em Beijing-Tibet Expressway na China em Agosto de 2010. A fila de carros estendeu-se por cerca de 100 km. Algumas pessoas demoraram a até 12 dias para saírem de lá... Mais uma vez, China detentora deste recorde impressionante! Não sei se está no Guiness World Records ou não, fica sob consulta, porque de facto é algo de deixar um marco. Mas, durante estes 12 dias, o que é que as pessoas fizeram? Isto é tempo de sobra, acho que já houve licenciaturas menos demoradas na lusófona. Quer dizer, queixamo-nos por estarmos 3 minutos parados numa fila de trânsito ao qual chamamos "engarrafamento" e achamos uma eternidade. Se o nosso panorama de trânsito pode ser chamado engarrafamento, não encontro a palavra para esta mesma situação na China. Mas eles provavelmente ligaram para casa a avisar, - "Estou, vou chegar atrasado para o jantar. Dentro de quinze dias devo chegar a casa. Deixa no microondas que eu quando chegar aqueço! Beijinhos". Mas para passar o tempo, há sempre umas cartas no porta-luvas. Não sei é se alguém estaria para jogar daquele lugar. Uma coisa é certa, acredito que aquelas pessoas tenham recordações do tempo que ali passaram, por mais que sejam as más recordações ainda se vão rir ao contar aos seus futuros netos, - "no meu tempo não havia carros voadores a hidrogénio como há agora. Tinha de ir de carro que só dava 200 km por hora no máximo, e era se queria ir a algum lado, chegávamos a demorar 2 horas no trânsito, mas uma vez eu e a tua avó estivemos 12 dias numa autoestrada! Os miúdos de hoje em dia não sabem o que é isso! Bons tempos!" - isto em 2053...