Shazam para Bolos

Em pleno século XXI ainda existe um problema gravíssimo que as pessoas têm de enfrentar. Não, não estou a falar da poluição, também não estou a falar do aquecimento global. Falo sim do problema que é pedir um bolo que tem várias designações diferentes dependendo da zona! Alertado para este problema por uma amiga, vamos lá ver o que pudemos fazer para evitar este problema. Inevitavelmente acontece, não só nos bolos mas também, entre outros, com o café que é chamado habitualmente de cimbalino na região do Porto e bica na região de Lisboa. E mesmo noutras designações como pingo no norte e garoto no sul que são dois termos para uma mesma coisa. Mas, acho que na situação do café não é tão grave porque pode sempre pedir pelo termo mais transversal - “Olhe, era um café!” – que certamente saberão do que se trata e não levarão a mal o não uso do termo regional. Quanto aos bolos é um pouco diferente pois quem está a servir pode mesmo não conhecer o termo e nesse caso terá de ir pelas coordenadas – “Este aqui de chocolate por detrás desse”. Apontando, dando características do bolo – “Este com canela por cima” – tudo vale para chegar à tão merecida recompensa. Por vezes ainda nos dizem o nome do bolo para nos informar, com esperanças que da próxima vez o utilizemos ou qualquer coisa assim. Eu cá acabo inevitavelmente por apontar de todas as vezes, não sei o nome de quase bolo nenhum... Como breve exemplo, o que no norte é chamado Eclair, no sul é chamado Rim de Chocolate. Uma solução seria criarem um dicionário de regionalismos dedicado a esta temática de termos frequentemente usados, e já existem alguns. Outra solução, seria de facto criarem uma aplicação que nos dissesse qual o nome daquele bolinho que estávamos a fotografar tendo em conta também a nossa localização, seria útil sem dúvida! Uma espécie de Shazam para bolos, como disseram e bem! Este é de facto um problema quando vamos viajar, um pequeno problema, ou problema nenhum talvez. Regionalismos são muito curiosos, nunca seria a mesma coisa conhecer uma terra se eles não existissem!

Cenas de Novelas

Uma das coisas mais inevitavelmente ridículas nas novelas são os telefonemas entre personagens. Não, não é o facto de telefonarem, mas sim, a maneira como as conversas se dão. Estas levam um seguimento sempre muito semelhante, transversal a qualquer novela. E o seguimento é o seguinte… Telefonam, a personagem atende, fica estampada com a noticia, seguidamente diz “o quê?” e repete a noticia que lhe acabou de ser dada. É mais ou menos isto que acontece. E claramente se percebe que as personagens de novelas têm o terrível hábito de repetir o que as pessoas do outro lado dizem. Isso não faz sentido, nunca fez. Arranjem uma maneira menos parva de contextualizar os telespectadores. 
Outra coisa que está a aparecer muito é a publicidade feita pelas personagens a um determinado produto com características positivas muito detalhadas. Eis mais um exemplo. É de manhã, as personagens estão a acordar e vão tomar o pequeno-almoço
“Passa-me o leite” “Claro que sim, esta embalagem de interior espelhado constitui uma perfeita barreira contra a entrada de agentes que prejudicam a qualidade do leite e por isso sabe sempre tão bem! Para além disso é de abertura fácil e prática para evitar desperdício!”
Ao que a outra personagem deveria responder “Chega-me a porcaria do leite!!” mas em vez disso, como se não bastasse todo o discurso da outra personagem, responde “Ai é?! Temos de passar a comprar mais destas aqui para casa!”. Bem ainda aguardando por cenas mais próximas da realidade!

No Festival Marés Vivas

Típicos durante estes meses do ano de maior calor, são os festivais de verão! Um pouco por todo o lado, de todas as formas e com amplos géneros musicais! Este ano fui a um que já tinha ido uma vez numa edição anterior em 2009 e voltei a gostar bastante, apesar de achar que ainda precisa de algumas melhorias, falo do Marés Vivas. O maior festival de música a norte de Portugal. Como em qualquer festival que se prese, há sempre marcas a oferecer variadíssimos brindes, ou mesmo os produtos que comercializa como por exemplo a Control que já me ofereceu preservativos no Rock in Rio ou a pasta de dentes oferecida pela Colgate. Ainda assim acho que os melhores brindes são aqueles típicos, os óculos, os chapéus, as perucas, aquelas luzinhas que são espetaculares depois ao cair da noite… tudo isso. Uma constante também nos festivais é o pessoal conhecido que por lá anda, quer a cargo de alguma marca ou empresa ou simplesmente no festival a passearem com passes VIP e a tirar fotografias com toda a gente quase sempre com o mesmo sorriso na cara. O Marés Vivas nem é muito desses festivais, os únicos VIPs que vi, foram os animadores da Rádio Comercial sempre muito simpáticos, não se recusaram a tirar umas fotos nem a dar uns autógrafos, impecáveis. Quando entrei no festival, fui procurar uns amigos que já por lá estavam. Não me lembrava de muito da outra vez que tinha ido aquele festival, mas lembrava-me do corredor estreito que na hora de saída era um caus! Uma das coisas a ser melhorada sem dúvida! Então, encontramo-nos na área da restauração. Tinha comido antes de entrar porque, 1º, não se pode entrar com comida/bebida ou o que quer que alimente para o festival, 2º toda a comida é extremamente cara e seria um assalto a mim próprio ir lá para dentro comer, não queria ter essa despesa completamente desnecessária. Realmente não se trata de um festival de gastronomia por isso acho que esse rigor no que diz respeito à comida é um absurdo visto que se trata - acho eu – de um festival direcionado principalmente para a música. Mas bom, não é que me tenha feito diferença visto que eu já sabia para o que ia, mas de facto é de lamentar obrigarem as pessoas a deitarem ao lixo comida que traziam com elas, - e não, não era uma comida em forma de objeto potencialmente perigoso – principalmente nesta altura, e mesmo em qualquer outra, pois evitar o desperdício devia ser também uma obrigação deste festival, espero que melhore também este aspeto para a próxima! Bem, fomo-nos juntando ao pé do palco grande, onde ia acontecer a verdadeira festa da noite. Não liguei muito ao palco secundário, quando cheguei ao recinto os The Happy Mess já tinham acabado a sua atuação e de facto só ouvi um pouco do concerto da Márcia e nada mais. Sabia que estava a assinar a minha sentença para as próximas horas, pois, uma vez ali era difícil, - e nem eu queria – sair até ao final da ultima atuação da noite, David Guetta. Pouco antes de os Orelha Negra entrarem em palco para fazerem as honras da noite, fui cumprimentar um pessoal com quem já tinha estado em concertos anteriores, que partilhavam gostos musicais semelhantes aos meus, mas que pessoalmente não conhecia. A 1ª atuação não mexeu comigo confesso, ainda estava de dia e não despertou o verdadeiro espirito festivaleiro que há em mim. Uma coisa que encontrei em comum com o tempo de aulas neste festival é que os meus amigos e eu inclusive, gostamos sempre de estar informados sobre todos os horários. Cheguei mesmo a dizer que parecia que estávamos na escola, e que a pergunta “A que horas começam a atuar La Roux?” era bastante semelhante às típicas perguntas de “Qual é a próxima aula?” ou “A que horas toca?”. De facto os horários dos concertos estiveram no top dos assuntos mais falados naquela noite. Finalmente apareceu em palco a La Roux com a música “In For A Kill” para abrir a sua atuação. Não tenho muito a dizer sobre esta atuação, vou antes citar as palavras de uma amiga minha que disse o seguinte: “Ela foi muito dinâmica, mexeu-se muito em palco, eu adorei!”. Este comentário não me deixou espantado vindo de quem veio, mas gostei da forma critica como o fez. Seguiu-se James Morrison que trouxe músicas do seu novo álbum e velhos clássicos, este também me deixou um pouco exausto porque não tocou algumas músicas que esperava mesmo ouvir ali no Cabedelo, fez muita gente sentar-se no pequeno espaço que tinha, embora eu tenha ficado de pé para ouvir e ver tudo até ao final, tocou uma das minhas preferidas no final, a “Wonderful World”. A última atuação da noite era a do David Guetta, pouco depois da 1:30h. E aí o público ficou ao rubro, foi incrível! Não havia como não entrar na festa!

Foi assim o meu dia no Marés Vivas deste ano de 2013, outras marés virão!

Verão ou a Vida Selvagem

Verão, todos amam! Mentira. Se por um lado é uma época de descanso, de bom tempo e harmonia, por outro é tempo de picadas de insetos, de não conseguir dormir à noite por causa do calor, de soar como um porco quando se sai à rua a 40º. Uma das coisas que é muito irritante e chata neste tempo são os mosquitos, tropeteiros e todos esses "helicópteros" do reino animal. Acontece-me estar quase a adormecer e ouvir um zumbido frustrante que me deixa logo alerta, não conseguindo pregar olho nos quinze minutos seguintes. Zumbidos deste género também aparecem em momentos tão oportunos como quando estás a estudar ou a ler um livro, e anda uma mosca tonta ás voltas a tentar procurar saída e tu ali a pedir só um pouco de concentração. Mas se já foste picado por um deste insetos, perguntas-te qual a sua função no ecossistema. Quando se fala de uma abelha, menos mal, ela faz o mel que tão bem apreciamos e para alem disso poliniza as flores, ajuda a espalhar as sementes, tem uma função muito útil, mostra serviço e por isso uma picadinha não pode ser levada a mal, e depois morre à mesma, coitadinha. Mas, se for um mosquito, já não podemos pactuar com isso, o que ele faz é lamentável e não faz nada que nos pareça útil. Afinal qual é a sua função no ecossistema? Pergunta retórica, obviamente devem ter a sua, mas por vezes desejávamos até que não a tivessem, esses pequenos Dráculas. A única função que consigo ver deles é pactuarem com farmacêuticos, para depois termos de ir buscar pomadinha para por na picada. Isso não se faz senhores mosquitos! Mas não só de mosquitos e tropeteiros se fazem as chatices do verão, antes fosse. Há muitas mais! Uma delas tem a ver com os chinelos que usamos frequentemente nesta altura. É muito irritante quando nos levantamos da toalha da praia ou da espreguiçadeira depois de uns bons minutos de papo para o ar e verificamos que os nossos chinelos ficaram a esquentar ao sol durante todo aquele tempo. Calçamos-los e estão muito quentes, é praticamente o mesmo que andar descalço. Aí pensamos, teria sido uma excelente ideia tê-los posto à sombra antes de nos refastelarmos ao sol... Pois é, acontece a todos, é assim o verão, mosquitos, chinelos e biodiversidade.

Ser Canhoto

Canhotos, constituem cerca de 15% da população, e basicamente distinguem-se por a sua mão dominante ser a esquerda. Acho que até aqui toda a gente tem essa noção. Depois  há outra coisa, o hemisfério cerebral mais desenvolvido nos canhotos é o direito, e contrariamente, nos destros é o esquerdo. Sim, a mão dominante está associada ao hemisfério oposto do cérebro. De certeza que conhecem alguns, podem inclusive ser canhotos, e, não há nenhum problema nisso, longe vão os tempos em que se castigavam as crianças, chegando até a prenderem-lhes a mão esquerda, tudo por serem canhotas – muito pedagógico digam lá! Mas é assim mesmo, quando não se consegue explicar o porquê de algumas pessoas serem canhotas e outras destras, parte-se logo para a inferiorização de indivíduos do grupo minoritário, neste caso os canhotos. Felizmente hoje em dia já não é assim!
O que é facto é que um canhoto, - e isso é indiscutível - tem de enfrentar muito mais dificuldades no seu dia-a-dia do que um destro. O mundo ainda não está completamente adaptado para nós... No fundo, um canhoto é meio ambidestro também, por um lado a mão dominante, aquela com que escreve e com que tem mais força, por outro, a tendência forçosa de ter de se adaptar a um mundo destro… Um dos meus maiores problemas é usar utensílios que estão feitos para destros. Uso quase sempre a mão direita mas como não tenho tanta habilidade, acabo por dar uma ajudinha com a mão esquerda. Quando uso uma tesoura, e neste caso obrigatoriamente na mão esquerda, um dos problemas que tenho é como coloca-la porque habitualmente coloco-a ao contrário e depois fico com o dedo lá preso, enfim, uma complicação que não se esperava em cortar um bocado de papel... Abrir uma lata resulta muitas vezes em ficar com a pega na mão. Na escola nunca tive problemas, na carteira ficava habitualmente no lado esquerdo, para não haver aquela guerra desagradável entre braços. Sim, porque sempre me sentei com destros. “Tu és canhoto?”, a pergunta que todos fazem ao verem-nos a escrever, é a ação mais notória diria eu… Alguns achavam estranho, fora do normal pelo que faziam a pergunta fulcral e inteligente, “Como é que consegues escrever com a mão esquerda?” se fosse hoje dava uma resposta elaborada, mas bastava dizer “Da mesma forma que tu escreves com a direita”, ainda assim podia responder ironicamente “Não sei” que, após sucessivas perguntas do mesmo, começava a fazer todo o sentido!


Touradas

Ultimamente tem vindo muito à baila alguns casos sobre Touradas menos nobres. De facto não há nada mais bonito do que ver um touro numa arena a jorrar sangue sendo mal tratado por um prestigiado cavalheiro, algo de aplaudir. É algo que me proporciona um bem-estar e um espetáculo que aprecio imenso, de maneiras que nunca fui a uma tourada e mantenho-me longe delas não vá… De facto estava a ser sarcástico, mas uma coisa é certa, é um assunto delicado e bastante sério. Já enumeras campanhas foram feitas no sentido de sensibilizar as pessoas para o sofrimento e humilhação a que estes animais são submetidos. Porém, para refutar, os apreciadores, usam frequentemente o argumento que touradas fazem parte de uma tradição antiga e que como tal deve ser preservada enquanto parte da cultura. Ora bem, é tão fácil rebater argumentos destes que isto até será chato. Mais uma vez fazendo um pequeno aparte, mas nunca querendo tirar importância a este assunto. Ao longo da história, muitas foram as tradições que se criaram e outras que se perderam, faz parte da evolução, do que conhecemos… Concordo que se deva preservar a cultura, com certeza, é a identidade de cada povo, aquilo que nos diferencia uns dos outros. É por isso que as práticas de tortura da Idade Média já não são usadas e é por isso que se aboliu a escravatura no nosso país. Na altura, claro, poder-se-ia ter discutido o porquê de acabar com elas uma vez que faziam parte do historial cultural da época. No entanto hoje em dia vemos as mesmas, - espero estarem de acordo – como uma atrocidade e até nos envergonhamos de certos rituais praticados pelos nossos antecedentes. Acho que ficou argumentado. Um outro argumento a favor é o que tem de haver compreensão, e se as pessoas que apreciam estas práticas, respeitam as que não apreciam, porque é que as que não apreciam não respeitam as que apreciam? Isto não se trata de respeito, para mim o respeito tem de estar presente seja qual for a discordância entre as pessoas, pelo menos assim deveria ser. Trata-se sim de protestar contra aquilo que acreditamos ser melhor, não quero dizer que o seja. Como breve exemplo, as manifestações anti negros, etc. e com isto quero dizer que os manifestantes nem sempre têm razão nas causas que defendem, mas faz parte da democracia, faz parte numa sociedade que tem liberdade de expressão e total direito de se manifestar… Porém, dizer que as pessoas que se opõem às touradas podiam simplesmente ignorar, é defender o comodismo e de certa forma “puxar a brasa à sua sardinha”. Se mais alguma coisa tiverem a acrescentar, e de facto muito mais poderia ser aqui dito, - mas não pretendo escrever longos e chatos textos que ninguém acaba por ler – deixem nos comentários a nossa opinião acerca deste assunto.

Visitas Inesperadas

Todos nós já nos deparamos com a situação da visita inesperada. Confesso que não me agradam muito. A maior parte das vezes escolhem a altura menos propícia para aparecer, que coincide às alturas em que estou em pijama e sem vontade de fazer nada. Também podem aparecer depois do jantar, acontece muitas vezes. Nos dois casos, há sempre aquele cuidado de verificar rapidamente se está tudo no sítio e minimamente arrumado. Ajeitar o sofá e almofadas, que é obrigatório em novelas e series, mas que eu nunca fiz... E na maioria das vezes explicamos o que estávamos a fazer -"estava aqui a acabar de fazer estes trabalhos para a escola, entra" - não sei bem porque o fazemos, talvez tentar criar ambiente e puxar conversa, assim como explicar o porquê de certas coisas estarem dispostas de uma determinada maneira etc... Uma coisa interessante quando se recebe alguém é que na maioria das vezes eles trazem alguma coisa... quer seja para comer, ou uma espécie de presente. Tudo e qualquer coisa serve como passe de entrada. "Eu trago algo e tu deixas-me entrar". Quase como se fosse uma campanha de solidariedade, bom slogan já agora! Como pessoas simpáticas que somos, iremos desde cedo perguntar se a pessoa deseja comer ou beber alguma coisa. Se a visita tiver trazido algo, nesse caso, serve-se! E, fica sempre bem dizer, "está à vontade", ou mais ainda "está à vontade, é como se estivesses em casa!" Desta ultima tenho um bocado de receio que alguém pegue no comando na televisão e se estenda no sofá - é o que eu faço quando estou à vontade na minha casa! Não que não tenhamos confiança com essa pessoa, caso contrario nem a convidaríamos a entrar, mas por muito que se seja próximo, a nossa casa é a nossa casa e não damos total liberdade aos amigos... Por isso, dizer "à vontade como se estivesses em casa" para mim não passa de uma maneira de ser simpático e descontrair, mostrar simpatia e hospitalidade, e não, conhecer a privacidade do que é cada um na sua própria casa!

Evolução

A evolução humana tem passado por drásticas alterações ao longo dos milhões de anos que nos separam dos macacos. Espero não estar a ser cientificamente incorreto, mas de facto não vou acrescentar mais nada ao que foi a história da Humanidade. Vou sim, e daí este título sugestivo, falar das futuras evoluções que o homem poderá sofrer nos próximos milhares de anos, isto é, se não nos extinguirmos no caminho... De facto, não é um pensamento comum, o que em nós não faz falta? Quais das características humanas poderão ser prejudiciais para a nossa vida? Se nunca tinha refletido acerca disto, acompanhem o raciocínio. Começamos pelas unhas. E adianto desde já que não vejo qualquer utilidade nelas. Poderão vocês dizer que são úteis para descascar alimentos, mas concordemos que temos uma grande quantidade de utensílios ao nosso dispor, e na verdade as unhas nem são necessárias para descascar, acredito que ajudem, mas não são necessárias. Para além disso há outro problema com as unhas. Involuntariamente deixamos acumular algum lixo debaixo delas, é desagradável e pode até ser bastante prejudicial - em casos mais extremos - se arranharmos alguém acidentalmente. As unhas também dão trabalho, o básico, temos de corta-las - cuidados mínimos - e depois todos aqueles cuidados adicionais que algumas pessoas têm. Limar, pintar, remover as peles... todo um leque de entretenimento sempre à mão, literalmente. Algumas encravam, partem, criam micoses. Provocam dor e muito tempo perdido. E agora, ainda veem utilidade nestas pequenas "decorações"?
Relacionado com este tema das unhas, vêm os pelos. Espalhados pelo corpo, longe vão os tempos em que serviam para proteger do frio, ou calor. Muitos acabam colados a uma banda de cera ou vão pelo cano abaixo... Se os assassinam assim em massa, eles não têm qualquer utilidade, corta da lista.
Outra das coisas que o ser humano vai ter de se livrar, - espero eu - é a sua dependência pelas gorduras. Tudo o que seja rico em gordura sabe bem, fazia sentido na pré-história, onde não era certo que tivéssemos alimento regularmente, - isto é, nem todos os dias havia mamute ao almoço - daí a sua importância. Não liguem aos Flintstones. Mas terá esta necessidade uma pessoa comum do século 21? Todos temos necessidade de vez em quando de sentir que comemos bem. Nada contra. Porém acho que a resposta é não.
Tudo isto leva-me a crer que o próximo "upgrade" do ser humano já venha com estas características incluídas - e várias outras não mencionadas. Pelo menos eu gostava que assim fosse, corrigiria alguns bugs da versão atual.

Presentes

Todos nós gostamos de receber presentes, não vale a pena dizer que não. No instante em que nos dão alguma coisa, é acompanhado geralmente de "Parabéns" ou por um mais informal, mas não menos calorento "toma". Cria-se logo uma temática à volta do embrulho, tentamos adivinhar o que será, mexemos, apalpamos como se não fossemos rasgar forçosamente o delicado embrulho instantes depois! Muitas das vezes o saco estraga toda essa adrenalina que é adivinhar o que será o presente, pois vem explícito a loja onde o produto foi adquirido ou a sua marca, e na maioria das vezes, esse apontamento não deixa margens para muitas dúvidas sobre o que quer que o embrulho traga lá dentro. Outra das áreas que devia ser aprofundada acerca desta matéria é a forma como o desembrulhar do presente é feito. Sim, porque não fazemos todos da mesma maneira. Penso que numa coisa estamos de acordo, a maioria de nós não se preocupa nada com o embrulho, de maneiras que rasga o mais a direito possível. Ainda assim há quem goste de guardar ou reutilizar, ou mesmo dar outro fim a esta decoração, pelo que se dão ao minucioso trabalho de abrir o presente sem rasgar o embrulho. Há ainda aqueles que começam a desembrulhar cuidadosamente mas logo  se desmotivam e acabam por desistir. Neste momento eles mesmos podem-se sentir derrotados, no entanto, tenho um argumento a seu favor. Quando te oferecem um presente ficam todos colados em ti esperando a tua reação, pelo que esta alta pressão, leva muitas vezes à loucura de deixar um embrulho completamente "não reutilizável". A primeira impressão costuma ser sempre sincera, é acompanhada geralmente por um "Obrigado" ou por um mais informal, mas não menos calorento "não era preciso nada". Apesar de optarmos por essa forma de agradecimento, na verdade "era preciso"! Logo depois disto e de um curto comentário acerca do presente que tem obrigatoriamente de ser favorável, - caso contrário serás considerado "mal-agradecido" - passamos então a uma fase que eu auto intitulei de "info-útil" que é quando a pessoa que está a oferecer, faz questão de referir que o artigo pode ser facilmente trocado caso o problema seja o tamanho, cor... todo e qualquer aspeto que seja plausível. Caso seja um artigo cuja troca não é possível, normalmente este tempo é ocupado com uma introdução seguido pela explicação da utilidade do mesmo, como se de uma publicidade de televendas se tratasse!