Adoção Inesperada

Dialogo entre casal sobre uma adoção que não veio nada a calhar.


(Ana) "- Amor, tenho uma coisa pra te contar. Senta-te aqui vá"
(Paulo) "- Mas o que é que se passa?... - sentando-se no sofá - Estás me a deixar preocupado!"
(Ana) "- Eu... eu adotei uma criança"
Fez-se silencio
(Paulo) "- Tu o quê? - leva as mãos à cabeça - E quando estavas a pensar em contar-me?"
(Ana) "- Eu não sabia. - quase chorando - Tomei todas as precauções, sabes disso.
(Paulo) "- Como isso foi acontecer?"
(Ana) "- Eu já te disse que não sei, uma assistente social entrou aqui em casa e deixou a criança. - pausa - Chama-se Vasco."
Silencio novamente
(Paulo) "O melhor é casar-mo-nos e eu assumir a paternidade."
(Ana) "Qual paternidade!?... É adoção singular!"
(Paulo) "Então essa criança não é minha?"
(Ana) "Desculpa. Eu ia te contar!" - de cabis baixo 
(Paulo) "Eu não estou a acreditar! - esfrega as mãos na cara enquanto dá voltas na sala - Como foste capaz de fazer isso comigo? Como?... "
(Ana) "Desculpa! - em lágrimas - Podes sempre pedir a coadoção mais tarde!"
(Paulo) "Não. Tu arruinastes a nossa relação! - gritando - Tu arruinastes tudo o que construímos juntos! Como foste capaz?"
(Ana) "Tu sabe que eu queria ter um filho! Isso sempre foi um sonho meu!"
(Paulo) "E agora já pode ser! Mãe a tempo inteiro. Espero que estejas preparada para o rotulo de "mãe solteira". Tu sabes, as pessoas falam!"
(Ana) " Eu quero partilhar a paternidade contigo! Eu quero que sejas o pai do meu filho!"
(Paulo) "Não! Não sei se me quero meter num projeto que é tão teu! - fazendo mímica da companheira - Afinal a senhora é que queria ter um filho!"
(Ana) "Não comeces com isso outra vez! O projeto de ter um filho sempre foi dos dois!"
(Paulo) "Sempre foi teu e da tua mãe! Eu ainda não estou pronto pra ser pai, nós falamos isso!"
(Ana) "Eu contei pra minha mãe. Ela foi muito prestável! 
(Paulo) "Disseste pra ela que essa criança é apenas teu filho? Não, é que ela não deve ter gostado de saber que estás a pensar em cuidar da criança sozinha!"
(Ana) "Ela fartou-se de dizer mal de ti. Mas no final disse que gostaria de assumir a paternidade"
(Paulo) "A paternidade? Não, quem vai ser o pai daquela criança sou eu! Eu quero cuidar dessa criança!" 
Pausa 
(Ana) "Não sei como caíste nesta - rindo - então achas que é assim tão fácil adotar uma criança em Portugal? - faz uma pausa e solta uma gargalhada - Esqueceste-te que somos casadas? Vem cá Sónia e para de te comportares como um homem!"
(Sónia) "Agora apanhaste-me! - rindo e chorando - como fui cair nessa outra vez!?"

Viagens Interplanetárias

Estive a pensar em viagens interplanetárias e no quão era giro viajar para outro planeta, sistema, ou até galáxia ou enxame de galáxias! Gostava que esta fosse já uma realidade embora esteja ainda um pouco longe na minha opinião. Ainda agora fizemos chegar um robot a Marte, e, acredita-se que nas próximas décadas será a vez do ser humano. Não do ser humano chegar ao ser humano, - o que muitas vezes é complicadíssimo - mas de um ser humano chegar a Marte. Relacionado com estas viagens está a vida extraterrestre. E é curioso que quando perguntam se "acreditas em vida extraterrestre" - pergunta semelhante a "acreditas em fantasmas" ou "acreditas no pai natal"- e logo de seguida tu respondes um convicto "sim" e eles ficam a pensar que és maluco, demente e que provavelmente te meteram essas ideias na cabeça. Sim, ainda é estranho para muita gente acreditar que não estamos sozinhos no universo. E quando se fala em extraterrestres a ideia que se cria é a daqueles seres verdes ou cinzentos com olhos enormes, de corpo ossudo e dedos finos e reluzentes. Mas na verdade, a única forma de vida extraterrestre até agora estimada é microscópica, como microrganismos. Muito longe do nosso ideal de ser extraterrestre "convencional". Sim, podemos acreditar em vida extraterrestre, não, não precisamos de nos preparar para uma possível invasão... Recentemente li uma notícia com o seguinte título "Europa é o sítio mais propício à existência de vida". Acredito que se partilhasse isto com algumas pessoas, mesmo com uma fotografia ou ilustração da mítica lua de Júpiter, uma parte delas ficaria pensando que se estavam a referir ao velho continente e que a notícia era provavelmente um erro. Ou, se fosse em conversa, pensariam novamente que não sabíamos o que estávamos a dizer! Não admira que muitas vezes os astrónomos não sejam levados tão a sério como mereciam!

Cobra Falante

Estive a pensar nas criações de Deus. Apercebi-me que a obra do Senhor, afinal, não é assim tão boa. "Criador do céu e da terra" e de todas as coisas. A terra atualmente não está assim tão bem, há problemas graves para resolver como o aumento exponencial na população ou a distribuição da riqueza, para não falar em questões ambientais. Quanto ao assunto da população estar a crescer demasiado para o que a Terra é capaz de suportar, Deus poderia dizer que não opera na China e Índia, zonas com crescimento populacional elevado. Ou ainda dizer que à dois mil e tal anos não era nada desta palhaçada. Mas, se não é possível estabelecer contacto com a divindade nessas zonas, isso já não é responsabilidade do Senhor. E outra coisa, se foi mesmo ele que criou as pessoas, podia se ter aprumado e fazer um serviço mais bem feitinho. "Então como é que é? Esta entidade faz-me pessoas destas?" A fazer, que fizesse pessoas sem defeitos. Mas pronto, percebo que isso seria trabalho de mais, daí ter antes condenado esses defeitos na Bíblia. Percebi a jogada e gostei da subtileza, não tanto do tal livro. Ainda uma outra dúvida, não querendo de maneira nenhuma encher a caixa de correio da divindade de questões inoportunas, eles certamente terão muitas solicitações. Mas a questão é a seguinte, sempre me foi mostrado e idealizado as figuras de Adão e Eva como pessoas de raça branca. No início dos tempos esta era a única raça existente na Terra? Estou confuso. E cobras que falam? Bem, se no início só existiam brancos, isso não sei, agora que já existia cannabis, disso não há duvidas... Aquelas folhas que cobriam os órgãos sexuais deles estão agora explicadas! Bom, mas não vale a pena questionar o que está escrito na Bíblia. A Bíblia é provavelmente a coisa mais dogmática que conheço, e mesmo assim continuo a escrevê-la com letra maiúsculo.

Uma Outra História do Milho

Normalmente associamos exploração e tráfico humano apenas aos países em vias de desenvolvimento, porém, existem casos destas práticas no mundo desenvolvido.
Na América, muitos latino-americanos entram clandestinos nos EUA em busca de melhores condições de vida. Nos últimos 150 anos, o mundo evoluiu mais do que durante toda a história. É possível produzir muito mais alimento, em menor tempo. O milho é um excelente exemplo disso, quando o milho é o alimento mais produzido nos EUA, isto permite baixar o seu preço, e baixar também o preço da carne, alimentando os animais com esta ração de milho barato. Os agricultores mais rudimentares sul-americanos, que plantavam milho, não conseguem agora vendê-lo, pois o milho vindo dos EUA tem preços mais competitivos. Assim, para garantirem sustento, estas pessoas, agricultores em países menos desenvolvidos, entraram clandestinamente em países mais desenvolvidos, não para trabalharem no ramo da agricultura, porque esta é extremamente mecanizada nestas zonas, mas para se sustentarem muitas vezes submetendo-se a qualquer trabalho. Neste caso, nos EUA, estas pessoas estão agora a trabalhar no setor fabril. E estes mesmos trabalhadores contribuíram também  para que o preço da carne baixasse, pois trabalham em más condições e com remunerações miseráveis. Algumas empresas começaram a recrutar ativamente trabalhadores mexicanos anunciando nos jornais e na rádio. Empresas de autocarros, começaram a fazer viagens do México para os EUA. Porém, apesar de esta aparente onda de recrutamento, as emigrações estão limitadas e existe agora um movimento anti-imigração. Polícias de emigração prendem trabalhadores de gigantes norte americanas como a Tyson ou a Smithfield. O mais controverso desta história é que existe um contrato entre estas empresas e a polícia de emigração, que estabelece que só podem prender até 15 trabalhadores clandestinos por dia, não afetando dessa forma as linhas de produção. Os gerentes destas empresas que deveriam ser penalizados segundo a lei por terem contratado trabalhadores ilegais, na verdade não o são, nada lhes acontece. Estas práticas são uma clara violação dos direitos humanos e dos direitos dos trabalhadores…

Os EUA adotaram este sistema fabril em várias áreas, entre elas, a restauração de comida rápida, os famosos “Fast Food” pondo os trabalhadores a fazer a mesma tarefa vezes sem conta, assim era fácil de serem substituídos e podiam reduzir os seus salários e direitos enquanto trabalhadores. Este sistema é tão eficaz que a multinacional McDonald’s, que começou com este sistema, ainda é hoje líder mundial. 

Antiquado

Estamos numa era em que se dá passos largos a cada dia. Nomeadamente na era das comunicações móveis que parecem, cada vez mais, controlar todo o mundo. Vamos tornar isto mais informal – não conheço ninguém com mais de 10 anos que não tenha o seu próprio telemóvel. Os telemóveis adquiriram tantas competências que não ligamos ao facto de fazerem chamadas de qualidade ou não. Temos em atenção a qualidade da camara, megapixéis, flash, focagem, a memória de armazenamento, as aplicações, o acesso às redes socias, facebook, twitter, sistema operativo, etc… Ninguém quer saber se um telemóvel faz chamadas ou não, isso é passado, nem sei porque ainda insistem com essa ideia de comunicação. Eu acho que sobreviveria sem essas competências do meu telefone – ao contrário de muita gente. Porque nem sequer aplicações interessantes tenho e não faço quase uso nenhum de mensagens de texto e chamadas. Mentira, eu ainda uso as mensagens e chamadas, mas isto para dizer que atualmente são uma parte insignificante do que um telemóvel é capaz de fazer. E agora ridicularizando o outro lado desta história, a maioria das novas competências adquiridas por estes aparelhos, na verdade, não fazem assim tanto sentido. Hoje consigo desligar a televisão com o meu telemóvel. Por mais útil que possa ser, servirá de forma útil umas 5% das vezes, no restante tempo é apenas uma forma pseudo engraçada de desligar a televisão sem ninguém dar por isso, visto que o comando está pausado e bem quieto. Outra coisa que ainda deixa a desejar num smartphone, é o controlo por voz. Parece-me desnecessário, em primeiro porque a voz feminina ainda é muito mecanizada como se fosse – e é – a de um robô, a falar do outro lado! E depois porque é difícil o telemóvel, que se diz inteligente, perceber o comando. Sai muitas das vezes trocado pelo que é mais eficaz e dá muito menos trabalho fazer tudo manualmente… Isto para dizer que a tecnologia nem sempre funciona como nos comerciais e também para dizer que poderia servir para coisas mais úteis como por exemplo, o já aqui referido anteriormente, Shazam para bolos!