Empréstimos Linguísticos

Se está a ler esta crónica online, provavelmente acedeu a um link que o redimensionou para aqui. Talvez tenha googlado o título do blog ou o meu nickname do Google+. Talvez tenha visto aquele tweet retweetado que apareceu algures na sua timeline. Quem sabe não soube da existência do blog através de um email que poderá ter ido parar ao spam. Uma coisa é certa, quando pensamos nestas palavras que frequentemente usamos no nosso léxico, surgem-nos o conceito de estrangeirismo e de empréstimos linguísticos. Apesar de semelhantes, cabe a pessoas como eu, meros curiosos, fazer a distinção. Segundo informações do dicionário, estrangeirismo é uma palavra, expressão ou construção de uma língua estrangeira usada ou integrada numa língua nacional, também denominado de barbarismo. Já um empréstimo linguístico é algo mais momentâneo. Tal como é referido, é um empréstimo, uma palavra ou expressão que precisamos num determinado momento e que só conseguimos encontrar com recurso a línguas estrangeiras. Numa altura em que tanto nos foi emprestado, estes devem ser, por ventura os empréstimos que ficarão mais em conta aos portugueses. Algo momentâneo e descartável em que, nem sequer pensamos muito sobre isso porque uma tal palavra da língua inglesa, por exemplo, surge instantaneamente na nossa cabeça. Isso na maioria das vezes é bom, revela a nossa perspicácia em encontrar um termo que assente como uma luva numa determinada situação. Por outro lado, encontramo-nos algumas vezes a usar empréstimos linguísticos quando na nossa língua existem palavras ou expressões que exprimem exatamente a mesma situação. Enquanto que financeiramente, Portugal foi socorrido com milhares de milhões de euros de empréstimos europeus, fonética e gramaticalmente a tranche seria no sentido de resgatar as nossas expressões. É uma coisa que só pode ser explicada pela nossa grande dependência na importação de produtos do estrangeiro, sejam eles materiais ou imateriais. Podemos ter igual ou semelhante, mas nós queremos a outra, aquela tal expressão que é usada naquele filme de comédia americano rodado em tudo o que é sala de cinema. E, é também por isso que estrangeirismo pode ser também definido pela influência de um determinado país sobre outro. Presente fica também a ideia de que o que vem de fora, do estrangeiro é melhor do que o feito cá, o que não é de todo uma verdade uma vez que se fazem expressões bastante razoáveis no nosso país. Provérbios, lengalengas, frases feitas... expressões de forma genérica. Todo esse conteúdo gramatical é de enorme valor e são tão úteis que chegamos a encontrar no português provérbios análogos (chamemos-lhe assim). Trata-se de provérbios com o mesmo fundo de verdade. Até aqui nada de extraordinariamente interessante, porém, isto leva-me a crer que, em diferentes momentos da história e em diferentes lugares, surgiram provérbios com a mesma semântica. É exemplo disso o provérbio "Nem 8 nem 80" que equivale ao "Nem tanto ao mar nem tanto à terra". Um mais ligado às ciências matemáticas e, outro mais às ciências geográficas, porém, ambos com o mesmo objetivo de transmitir ponderação, bom senso, e algo de anti extremos até... Algo como "Nem tanto ao PCP, nem tanto ao PNR" seria uma alternativa a este provérbio adaptado ao panorama partidário português. Mas, não me interpretem mal, o provérbio é que é uma alternativa, não estes dois partidos. Cuidado com isso!

Costa a Jogar pelo Seguro

A crise interna do partido socialista não o deixa com a popularidade que talvez é esperada numa oposição que demonstra estar pronta - talvez até demais - para assumir o comando do país. Com duas figuras a disputar o cargo de líder, o PS terá seguramente, perdão, certamente um líder para assumir o cargo de primeiro-ministro quando ganhar as próximas eleições legislativas. E, apesar de nestes dias o ambiente dentro do partido não ser o melhor, continua a deter a principal intenção de voto dos portugueses, segundo as sondagens. Neste momento podemos dizer que temos uma coligação no governo e uma espécie de coligação no principal partido da oposição. Temos num lado os apoiantes de António José Seguro e, do outro, os de António Costa. Podemos pensar que um partido que não consegue resolver os seus próprios problemas, não conseguirá porventura governar uma coisa singelamente maior como Portugal. Podemos ainda fazer o raciocínio inverso e pensar que, num partido com tanta gente disponível a liderar, só pode correr bem! António Costa deixou, ainda que de uma forma implícita, que está impaciente para “comandar o barco” quando tentou alterar os estatutos do partido, para que assim se pudessem realizar eleições internas extraordinárias. Diria apenas que, um candidato que tenta alterar as regras a meio do jogo, para além de por em cansa a credibilidade do partido, também põem em causa os seus ideais democráticos. Afinal de contas, os estatutos de um partido são a constituição dessa mesma instituição partidária, e, se podem ser passados por cima assim tão facilmente, nada nos garante que outros códigos que regem na atualidade, não possam ser também alterados de hoje para amanhã. O presidente da Câmara de Lisboa precisa de uma consulta no Santa Maria? Alterasse a constituição portuguesa para que António Costa possa beneficiar com isso. Qual o candidato que apoiarei? Não me sinto seguro para virar as costas, quer a um, quer a outro…