O Milhafre em Prisão Domiciliária

"Há 2 anos um milhafre-real foi apreendido pela GNR a José Ferreira, que não tinha licença para o ter numa gaiola, aberta. Pintadinhas, [o nome dado ao animal] vive agora fechado e quem tratou dele tem 20 mil euros para pagar. (...) " lia-se numa notícia publicada no JN.

"Apreenderam a ave, mas não a puderam levar porque não tinham sítio para a deixar. Como estava habituada a ser tratada por nós, não iria ambientar-se e poderia morrer", explica Luísa Antunes, filha do casal. O oficial de Relações Públicas da GNR de Viseu, tenente-coronel José Machado reconhece que a ave estava numa gaiola "com a porta aberta" e que "só não voou porque não quis" (fonte: Jornal de Notícias). Ainda assim o casal foi multado em 20 mil euros pela posse de um animal protegido, em vias de extinção. 
A ave foi apreendida pela GNR em 2012, porém, continua até hoje no mesmo sítio ao cuidado da filha do casal. Ou seja, estamos perante um caso de prisão domiciliária referente a um milhafre. Só falta a pulseira eletrônica na pata e apresentações periódicas ao posto da guarda. A GNR procedeu com enorme profissionalismo neste caso. Reconhece a existência de uma ilegalidade, porém, não reconhece a existência de um problema, - porque de facto não o há! Os senhores agentes fizeram o seu trabalho do ponto de vista burocrático, porém, não assumiram qualquer responsabilidade para com a ave de rapina. Claro, a sua alimentação fica bastante cara, "aplicar a lei - sim, resolver os problemas - está quieto!". A avultada quantia de 20 mil euros torna-se ainda mais ridícula se pensarmos na recente notícia sobre o antigo diretor do BCP, Luís Gomes e sobre a sanção de 650 mil euros do qual este foi ilibado. 
Por isso, da próxima vez que vir um animal protegido ferido e magoado, afaste-se dele. Se ainda assim quiser ajudar, não o leve para casa, não cuide dele nem lhe dê comida, dê-lhe antes uma machadada na cabeça e acabe-lhe logo com o sofrimento.